O mayor Lawler está de novo a tentar abrir caminho para que o ensino da língua portuguesa seja integrado no curriculum do Liceu de New Bedford. uma tentativa semelhante foi por ele feita lia sete anos, quando era então presidente do Conselho Municipal desta cidade. Nessa altura, ele ermou à Junta Escolar uma carta do Conselho Municipal pedindo a elevação da língua portuguesa para o nível desfrutado pelo francês. E todos aqueles que se interessavam por este assunto ficaram decepcionados ao terem conhecimento, de que os seu á esforços estavam a ser frustrados por um membro da Junta Escolar. A recomendação do mayor, apresentada na última sessão da Junta Escolar, foi motivada pelo conhecimento das necessidades existentes nos Estados Unidos de pessoas com conhecimento da língua portuguesa. O l)r. J ames Hayden, director adjunto da educação secundária, deu à imprensa uma explicação em três pontos. O principal motivo da sua oposição às recomendações do mayor é o facto de a língua portuguesa não estar incluída nos testes do College Board. A segunda razão aduzida pelo Dr. Eayden para que seja conservado o statu que da língua portuguesa no Liceu de New Redfoid é a falta de instrutores portugueses qualificadas para levarem a efeito um programa vasto.

É lamentável que o ensino do português nos nossos liceus não tenha sido iniciado há algumas décadas, para que os filhos de alguns dos nossos emigrantes tivessem tido oportunidade de aprender alguma coisa a cerca da cultura dos seus antepassados, libertando-os desse complexo de inferioridade racial que invadiu os seus espíritos. Ao mesmo tempo isso evitaria que a língua portugueses não fosse colocada entre as seis ou sete agora classificadas por unia agência do Governo como crítica na presunto emergência linguística. (Transcrito do Diário da Manhã de Outubro de 1959).

De uma entrevista concedida ao Diário da Manhã, em 24 de Maio de 1060, por John Arruda, um luso-americuno mayor de Fali River, extraio o seguinte passo:

Na realidade, há grande falta de escolas portuguesas. Quero dizer que faltam escolas mantidas poios Portugueses. Mas essa falta está a ser reparada com outra solução, e âmbito federal, com o eu sino do português nas escolas americanas. Em Fall Biver, o português é ensinado nós liceus e nas escolas particulares, entre as quais se destacam as escolas católicas. Mas a iniciativa pertence ao Presidente Eisenhower e reveste-se de âmbito federal. F.)i mesmo a pedido do próprio Eisenhover e reveste-se de âmbito federalíngua portuguesa passou a ser ensinada em .larga escala nos estabelecimentos escolares dos Estados Unidos.

E para esse ensino tem havido professores?

Luta-se com a sua falta, mas a situação vai melhorando de ano para ano.

Foi impressionado com este noticiário, de que dei apenas uma. pequena amostra, e pela leitura de uma série de crónicas do jornalista Dutra Faria, que visitou

todos os núcleos de portugueses espalhados pela América e com quem tive também longa e proveitosa conversa, que requeri ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e ao Ministério da Educação Nacional que me fosse fornecida nota das escolas e centros de cultura portugueses existentes no estrangeiro e destinados a portugueses, uma relação daqueles onde se faz o ensino da nossa língua ou da nossa cultura a estrangeiros e ainda o número e constituição das colónias lusas em terras estranhas. É das informações que me foram dadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que pretendo notificar VV. Ex.ªs.

28 167 portugueses, assim distribuídos:

Circunscrição consular de Barcelona l 266

Circunscrição consular de Vigo ... 15 000

Profissões e nível social. - Na sua maioria, trata-se de trabalhadores com profissões humildes: operários da construção civil, trabalhadores rurais, etc., que vivem modestamente.

A este respeito, o Consulado de Portugal em Madrid informa concreta mente: «O número de portugueses que em Espanha desfrutam de uma situação desafogada, ou acomodada, é extremamente reduzido». Por sua vez, o de Vigo acentua que a colónia portuguesa ali estabelecida «se compõe essencialmente de trabalhadores com profissões de baixo rendimento» e que «bem contados são os que, estabelecidos, trabalham por conta própria na indústria, na construção civil, em oficinas de reparação de automóveis ou como comerciantes».

Cultura portuguesa. - Quanto ao ensino da língua portuguesa, este encontra-se regulado pela legislação espanhola no referente às Faculdades de Letras e ainda a algumas outras escolas oficiais.

Actualmente esse ensino é ministrado nas seguintes escolas:

Em Madrid: Faculdade de Filosofia e Letras, Escola Superior de Comercie» e Escola Central de Idiomas; e ainda nas Faculdades de Letras das seguintes cidades.: Barcelona, Salamanca, Santiago de Conipostela, Granada, Múrcia, Oviedo e La Laguna.

Deve observar-se que nas Faculdades de Letras de Madrid, Barcelona, Santiago de Compostela e Salamanca existem leitores de Português, nomeados pelo Instituto de Alta Cultura.

França Área .do Consulado-Geral em Paris

Número dos componentees da colónia portuguesa. - Não. é possível determinar exactamente, quantos portugueses existem naquela área. Supõe-se que existirão 26 000, aproximadamente.

Profissões e nível social e económico. - As principais actividades a que se dedicam os emigrantes portugueses em França são, por ordem decrescente de número dos que nelas se empregam:

L." Construção civil, em cujos diversos ramos ou especialidades os Portugueses trabalham em quase toda a França.

2.º Trabalho operário em fábricas, sobretudo em Boulogne-sur-Mer, em Lille (indústrias químicas), nos arredores de Paris e em Ruão.