Assim o professor deverá, forçosamente, integrar-se nesses grupos, a fim de que resulte eficiente a sua noção no meio, fazendo dessa maneira uma educação de prospecção ambiental, agindo sobre a criança no meio escolar e sobre o adulto numa acção directa, num processo contínuo, não formal, que se desenvolva num sentido inconsciente e não premeditado.

Deverá, assim, tornar-se o professor simpático e necessário, influente e persuasivo, direi mesmo familiarmente indispensável.

Temos, pois, de convir que a função de juiz de paz, tal como vem sendo compreendida, não é de modo algum de aconselhar para a realização desta acção do professor. Sr. Presidente, confio em que o Ministério da Justiça interprete com o mesmo sentido expresso nas considerações que acabo de indicar a missão do professor de ensino primário e, libertando-se da antipática função em que o investe, contribua assim para uma melhor acção educativa no meio rural.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

nenhuma força humana poderá tirar a validade e virtude.

Mas quero crer que para tanto muito contribuíram os membros das forças armadas estacionadas na índia Portuguesa, em missão de soberania e polícia. Efectivamente, eles procederam sempre de forma a atrair as populações, pelo que ajudaram a consolidar a amizade, dedicação e fidelidade à Mãe-Pátria, e de modo tal que é lícito esperar que jamais o invasor as poderá ter do seu lado.

Quer isto significar, em última análise, que devemos um duplo serviço aos nossos soldados no Estado da índia: defesa tenaz, heróica, do território pelas armas, preservação dos valores morais, que são a essência da nossa acção transmarina.

Sr. Presidente: porque a sua formação é a mesura, torna-se fácil compreender qual a relevância da presença das forças armadas metropolitanas nas províncias ultramarinas de África, cobiçadas por tanta gente - gente essa que nem chegou primeiro, nem saberia lá estar melhor que nós -, e cujas cond ições sociais e ideológicas são seguramente mais delicadas que as de Goa.

Na verdade, aquelas províncias foram e continuam sendo, por parte de potências e organismos bem conhecidos, alvo de intensa propaganda subversiva, cujas consequências se objectivaram no terrorismo que eclodiu no Norte do Angola e na adopção da curiosa mentalidade que é a negritude. Esta é, com efeito, uma maneira de pensar e agir, ainda mal esclarecida nas suas múltiplas e complexas origens, porém perfeitamente definida quanto ao seu objectivo: luta porfiada contra o branco, repúdio da sua cultura e civilização. O espírito revolucionário que encerra é manifesto, como notório é também o perigo da sua expansão por mais vastas camadas sociais.

Terrorismo e negritude - corpo e espírito, afinal - orientam-se para o estabelecimento do divórcio entre as raças em presença, condição indispensável da derrota de Portugal...

A situação daí resultante e todas as suas implicações foram com clareza enten didas pelo Exército. Cônscio de que a realidade também encaminha a nação, desde logo soube discernir que o problema central que temos de solucionar no ultramar consiste não tanto na vitória pelas armas, como na reconquista do coração e da mente dos que foram ganhos ou influenciados pela propaganda antinacioual. Em torno a esta verdade se tem movido a sua acção.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Com efeito, vemos o Exército, coadjuvado tanto quanto possível pelas outras corporações armadas, um pouco por toda a parte, e especialmente no Norte de Angola, envidar esforços no sentido da recuperação ideológica e social dos transviados.

De facto, no mesmo passo que aí prosseguem em bom ritmo as operações militares punitivas do crime, política de captação dos naturais que foram obrigados pelo terrorismo a refugiar-se nos matagais e serras, mas não isentas da negritude, persistentemente se giza e executa. É a chamada campanha de recuperação psicossocial em marcha: um profundo, vasto e bem organizado movimento de reeducação das populações que os inimigos do Ocidente, que não apenas de Portugal, desviaram das directivas que lhes fomos apontando através dos séculos, não sem erros, mas sempre com sacrifícios.

Sr. Presidente: não tenho em mente fazer minuciosa descrição das actividades constantes do bem estruturado plano desta campanha. Mas devo referir que os militares encarregados da organização dos jogos, passeios, reuniões sociais várias, em que participam e confraternizam soldados e nativos, as brigadas médicas que assistem a doentes e feridos, os capelães, que dou-