triuam crianças, adolescentes e adultos, as brigadas de professores e professoras, algumas delas esposas de militares - que assim denotam aguda consciência do interesse nacional e são dignas da nossa admiração e estima -, brigadas estas que se entregam à difícil tarefa de transmitir a gente rude as luzes das letras ou de a industriar nos ofícios, todos revelam fino sentido das responsabilidades e melindres da sua actividade, cujos resultados são já palpáveis.

O Sr. Burity da Silva: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Com todo o gosto.

populações, etnias e raças em peso necessitam de uma reeducação. É necessário que nos convençamos da necessidade de promover uma reacção intensa, para que não haja mais atitudes de hostilidade da parte de quem quer que seja no seio da população de Angola.

lhes eram dadas pelo País, em ordem ao progresso, à paz e à concórdia.

O Sr. Vítor Dias Barras: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz obséquio!

O Sr. Vítor Dias Barros: - Parece-me ser altura de denunciar um facto muito grave praticado em Angola.

Enquanto o Exército, dentro das suas possibilidades e excedendo mesmo tudo o que era legítimo esperar dele, tem feito uma recuperação psicossocial no Norte, em contrapartida, onde esses problemas não existiam tem-se praticado toda a casta de barbaridades que podem comprometer mesmo a soberania da Nação.

O Orador: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Dias Barros está a falar por favor de V. Ex.ª; não tem V. Ex.ª de estar a pedir licença para falar.

O Orador: - Era apenas por uma questão de delicadeza e só para encurtar razões.

Não deixarei de me referir à extensão necessária dessa acção psicossocial a toda a província de Angola e mesmo às outras províncias, mas não creio que ela possa levar a desordem aonde existe ordem. Isto, pelo menos, não cabe na inteligência de uma pessoa esclarecida.

Não conheço nada melhor na nossa luminosa história ultramarina, de que me prezo de ser, por inclinação e ofício, razoável estudioso, que o que neste domínio o Exército leva a efeito no Norte de Angola. Digo-o com inteira noção da responsabilidade da afirmação, porquanto sei bem o que devemos a certas ordens missionárias no terreno da integração dos povos transmarinos nas nossas fórmulas de vida económica e cultural.

Por outro lado, a campanha em causa possui outro valor merecedor de atenção e realce. Quero referir-me ao facto de que, ao mesmo tempo que por ela o Exército chama de novo os nativos à colaboração leal e franca com os brancos, outrossim sugere uma tomada de consciência aos seus próprios membros que porventura hajam sido ou venham a ser abordados pelos ardilosos propagandistas da nossa destruição.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: estou em crer que da actuação do Exército no Norte de Angola está a nascer uma nova ou renovada forma de os portugueses se entenderem entre si.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Mercê dessa actuação, ali onde nunca foi crime ser preto, também jamais será crime ser branco. Por isso, quando os nossos inimigos cuidam de que já estamos mortos, estamos simplesmente a renovar a vida de sempre - aquela que nos imprimiu há oito séculos o punhado de portugueses que, sob a égide dos nossos reis, soube estabelecer a harmonia e concórdia entre os diversos grupos raciais...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ...que povoavam esta bendita nesga de terra, que foi o maior e melhor baluarte contra o Crescente e donde partiram os nautas que, descobrindo o Mundo, abriram o caminho da civilização a esses Lumumbas de todos os tons de pele que agora fingem esquecer o que nos devem.

Vozes: - Muito bem, muito bem!