nação. Sabem, finalmente, que é um esforço que compete a todos os portugueses fazer, esforço de vontade, de fé, de inteligência, de dinheiro e de acção.

Que ninguém fique com dúvidas de que a acção psicossocial que o Exército vem produzindo no ultramar português alterou completamente o quadro social da vida das províncias.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Todos devem voluntariamente compreender que os fenómenos sociais não retrogradam; progridem, de conquista em conquista, e tanto mais depressa quanto mais baixo é o nível das populações.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - É bom que se tome consciência da sua importância e do esforço tremendo que o Exército vem fazendo para cumprir mais esta missão que lhe é imposta. Aqui não há política, lia um dever a cumprir.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Devemos respeitar as coisas fundamentais da vida nacional; devemos discutir o que se pode discutir, mas devemos calar no mais fundo da nossa alma ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... mesmo com sacrifício, qualquer crítica ou comentário que possa favorecer a acção do inimigo que nos vigia por toda a parte.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Maior sacrifício, é bom que não se esqueça, foi o daqueles que deram a, sua vida pela defesa da integridade da Pátria apenas para cumprirem o seu dever.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Marques Lobato: - V. Exa., Sr. Deputado Sousa Meneses, dá-me licença para um aditamento ?

O Sr. Sousa Meneses: - Tenha a bondade.

O Sr. Presidente: -V. Exa., Sr. Deputado Marques Lobato, não me pediu a palavra ...

O Sr. Marques Lobato: - Eu tinha pedido a palavra, Sr. Presidente ...

O Sr. Presidente: - Eu sei, mas o Sr. Deputado Sousa Meneses já tinha acabado as suas considerações e, portanto, era a mim que V. Exa. tinha de pedir autorização para usar da palavra.

O Sr. Sousa Meneses: - Permita V. Exa., Sr. Presidente, que eu tome a liberdade de sugerir a vantagem em ouvir, pura complemento das minhas ideias, o breve apontamento do nosso ilustre colega, que pretende falar, segundo julgo, sobre Moçambique.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Marques Lobato.

O Sr. Marques Lobato: -Sr. Presidente: em Moçambique o Exército está também a exercer uma acção psicossocial digna dos maiores elogios, e eu tive oportunidade de acompanhar de perto alguns desses trabalhos.

Essa acção, que devemos considerar meritória, está a ser levada a cabo por toda a província, com o fim de elevar a educação, cultura e valorização das populações, e sem dúvida trará os mais louváveis e proveitosos resultados, acção essa que está a ser dirigida pelo Sr. General Nascimento e Silva, comandante militar da província, e pelo Sr. Tenente-Coronel Hermes de Oliveira.

Às populações estão a mostrar o maior interesse e carinho por essa acção e, portanto, associo-me às palavras de elogio e apreço do Sr. Deputado Sousa Meneses ao Exército, e sei que também em Timor, embora em escala mais modesta, se tem procedido do mesmo modo, desconhecendo apenas o que se passa quanto à Guiné, mas sei que de um modo geral essa acção está a ser levada a cabo em todas as p rovíncias.

É preciso não esquecer que estamos a ser atacados por toda a parte e por todas as formas, como muito bem disse o Sr. Deputado Sousa Meneses.

O Sr. Sonsa Meneses: - Permita-me V. Exa., Sr. Presidente, que use novamente da palavra para dizer que as observações que o nosso ilustre colega acaba de fazer são absolutamente pertinentes relativamente à província de Moçambique e até, sem querer menosprezar o trabalho de ninguém, creio que neste aspecto a província de Moçambique foi a primeira a lançar-se com entusiasmo e consciência na realização de uma acção contra-revolucionária, utilizando a anua psicossocial.

O Sr. Marques Lobato: - Tive era mão planos de acção que estão a ser executados.

O Orador:- Conheço esses planos! Quanto à Guiné, se é possível neste complexo problema, que mexe com o psíquico e com o social, poder ter uma ideia aproximada, creio poder afirmar que parecem ser o mais favoráveis possível os resultados da acção psicossocial na Guiné Portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Bento Levy:- Sr. Presidente: sou aqui um caloiro. Caloiro em toda a extensão da palavra, pois, sem actividade política, tão-pouco havia entrado antes nesta sala, mesmo como espectador. Sinto-me confundido e demasiadamente pequeno na presença de tão eminentes personalidades da vida pública nacional. Não sei como, entre pares, me possa igualar.

Não vejo outra recomendação para a minha candidatura senão a honestidade dos princípios que me têm norteado e a lealdade com que na vida pública venho servindo o País com a maior devoção desde há 24 anos em Cabo Verde, onde nasci e não hesitei em ficar depois de formado, apesar de melhores perspectivas no meio em mie fui educado e criei amigos e das ambições que a minha juventude de então legitimava. Com efeito, faltam-me o engenho e a arte; advogado de gabinete, minguam-me os dotes oratórios; falham-me as qualidades indispensáveis para cabalmente corresponder às obrigações do lugar que ocupo.