o vi - sempre- o vemos - solícito e bondoso a amparar e estimular os reais valores, a despertar energias e a prestar justiça tis iniciativas de interesse comum.
Vozes: - Muito bem, muito bom!
O Orador: - Por outro lado, o Dr. Albino dos Reis nunca escondeu a sua predilecção pelos simples e pelos trabalhadores.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - Nunca lhe faltou sinceridade quando defendeu, como continua a defender, uma política social rasgada. Até nas pequenas grandes coisas da vida todo este pendor do seu espirito se patenteia de modo eloquente.
É vê-lo a acarinhar as pretensões dos que batem à sua porta, franca e aberta como o seu coração.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - É admirá-lo a consolar os que dele se abeiram confiadamente ou que ele procura no jeito atraente e afectuoso das almas generosas. É encontrá-lo, peregrino da política do bem e da verdade, a pedir justiça, caridade e compreensão para os outros.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - É surpreendê-lo nos seus contactos com todos, e, em especial, com o povo - anónimo para os políticos sem autenticidade, mas que ele conhece e admira e ama, nas suas virtudes e nos seus defeitos.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - É escutá-lo, nas suas palavras de fraternidade e de tolerância, ditas, com a mesma singeleza, no ambiente de uma conversa de amigos ou nas mais altas tribunas políticas.
Ele sabe que falar à Nação não é o mesmo que falar a uma assembleia de técnicos ou de sábios. Ele sabe que a consciência nacional não esquece que a política, com ser ciência e arte, é também sacerdócio, como nunca ignorou que a mesma não pode ser caminho para o enriquecimento, mas via austera em que os sacrifícios se aceitam como a glória maior de uma vocação.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - Sim! O Sr. Conselheiro Albino dos Reis sempre serviu a política sem dela se ter servido e manteve inalterável, através da sua longa carreira pública, a modéstia do viver.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
a Orador: - Nunca sugestões ou influências menos dignas ousaram sequer desafiar a sua independência e o seu carácter. Por isso mesmo, bem se compreende o prestígio de que goza nos meios políticos e em todo o País.
Ainda agora, na carta que dirigiu à Assembleia Nacional, deu testemunho - testemunho comovente - de patriotismo, de noção exacta do dever e de clara compreensão política.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - Foi sempre grande, mas nunca como hoje se agigantou aos meus olhos e perante esta Casa e o País.
Vozes: - Muito bom, muito bem!
O Orador: - É neste espírito que me inclino, com a maior admiração e ternura, perante um estadista que, em todas as circunstâncias, soube ser igual a si próprio e à missão a que se consagrou.
Vozes: - Muito liem, muito bem!
O Orador: - Se até aqui o Dr. Albino dos Reis foi efusivamente saudado efusivamente saudado como Presidente da Assembleia Nacional, haveremos de futuro, de votar-lhe, como Deputado que continuaria a ser e como político de singular envergadura, a veneração, o respeito e a amizade de sempre.
Vozes: - Muito liem. muito bem!
O Orador: - Com isso e mais do que a ele, honrar-nos-emos a nós próprios... e à política que servimos.
Vozes: - Muito bem. muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados; estou de tal maneira emocionado que não sei se conseguirei acertar as poucas palavras que desabaria dirigir a VV. Ex.ª.
A solução que acaba de ser dada a este problema, da escolha da Mesa da Assembleia Nacional é, posso di-zê-lo, para mim uma solução de improviso e, porque é uma solução de improviso, não posso agora, senão fazer umas notas improvisadas. E mi minha idade já se não é muito atreito a improvisos. Quero dizer-lhes ((lie, se aparecesse nesta Assembleia a candidatura do Sr. Conselheiro Albino dos Reis, tenho a segurança de que ela não teria opositores.
O Sr. Conselheiro Albino dos lieis sabe que eu não consentiria em ser opositor à sua candidatura.
O Sr. Conselheiro Albino dos Reis escreveu a carta nobilíssima que V. Ex.ª ouviram ler ao Sr. Presidente da sessão preparatória. Escreveu essa carta, da qual se conclui que não desejava apresentar a sua candidatura à presidência da Assembleia. Há que respeitar a sua posição e - torno a repetir - dessa posição é que dependeu a minha aceitação.
Trabalhei aqui durante quatro longas legislaturas com o Sr. Conselheiro Albino dos Reis como Presidente. O que foi e o que é acaba de ser definido pelo Sr. Deputado Veiga de Macedo em termos que facilitam n minha missão, porque posso exprimir o que penso a respeito do Dr. Albino dos Reis, perfilhando o que VV. Ex.ª acabam de ouvir da toca daquele Sr. Deputado.
Conquistou a amizade de quantos trabalharam sob a sua direcção. Todos lhe prestaram as suas homenagens e mais do que isso, continuam a guardar no peito a mesma respeitosa admirarão que sempre lhe tributaram. Admiraram-no na fruição e continuarão a admirá-lo fora da função, ermo se a função não acrescentasse nada à sua personalidade e antes fosse esta quem enriquecia aquela. Homem afável, acolhedor, de uma cordialidade que seduzia as pessoas e de uma maleabilidade capaz de amaciar todas as arestas o que o choque de opiniões tem tendências para aguçar,