com efeito, a defesa e o fomento da província irão certamente determinar u realização de vultosas importações, cuja natureza exigirá que sejam satisfeitas pela oferta estrangeira sempre que a metrópole ou o restante ultramar não estejam em condições de o fazer. Por outro lado, as perturbações originadas na actividade produtiva de Angola em virtude dos últimos acontecimentos ali registados - não obstante a recuperação económica e social em curso - não deixarão do vir a reflectir-se no volume dos produtos exportáveis, uma vez esgotados os elevados stocks de alguns dos principais bens produzidos naquela província.

Deste modo, haverá que tentar definir soluções com vista a atenuar as tendências que se antevêem, de forma a que o processo de recuperação em causa não venha a originar pressões desaconselháveis sobre a economia da província, ou desequilíbrios demasiado acentuados nas relações com o exterior. Quanto às restantes províncias, apenas Moçambique e o Estado da Índia têm relevância nas suas transacções com o exterior. Far-se-ão no entanto referências mais completas sobre o comércio externo das províncias no capítulo deste relatório referente à actividade económica no ultramar.

A evolução dos meios de pagamento O volume. da moeda em circularão atingia, no fim dos oito primeiros meses do corrente ano, cerca do 46 600 000 contos, verificado-se, em relação a 31 de Dezembro último, uma contracção l 640 000 contos; alterou-se, deste modo, a tendência geralmente observada nos últimos anos.

Aponta-se como factor determinante, da variação registada, a sensível diminuição dos depósitos à vista, uma vez que voltou a verificar-se expansão do volume da moeda legal em circulação.

Moeda em circulação (Milhares de contos)

(a) Incluindo o dinheiro em cofre nas tesourarias da Fazenda Pública.

(b) Excluindo a moeda.......... comemorativa.

(c) Incluindo os saldos das contas correntes da Tesouraria Pública e da Junta do Crédito Público e de diversas responsabilidades à vista do Banco de Portugal e o montante dos depósitos obrigatórios na Caixa Geral de Depósito, e Crédito e Previdência.

Dos números apresentados pode ainda concluir-se que se verificou uma apreciável alteração na composição dos meios de pagamento, tendo a participação da moeda legal no total da moeda em circulação aumentado de mais de 5 por cento durante o período considerado, em detrimento da posição relativa dos depósitos à ordem, o que constitui inversão da tendência ultimamente desenhada por esta última classe de meios de pagamento. Pelo comportamento anteriormente referido da balança de pagamentos, pode facilmente concluir-se que o saldo negativo nela registado fui o principal factor de contracção dos meios de pagamento, embora o relativo aumento dos depósitos a prazo nas instituições de crédito tivesse actuado no mesmo sentido. Todavia, a diminuição dos meios de pagamento teria sido muito mais acentuada se não se tivesse verificado, como factor de expansão, considerável aumento do crédito bancário, se bem que exclusivamente devido ao banco central e às caixas económicas, uma vez que o volume do crédito facultado pelos bancos comerciais diminuiu no período considerado. Deste modo pode desde já salientar-se a acção desempenhada pelo banco emissor da metrópole no sentido de contribuir para o equilíbrio do sistema de crédito, o que só se tornou possível graças à sua capacidade creditória disponível, que surgiu, assim, como importante factor de flexibilidade do sistema. Aliás, a acção exercida pelo Banco de Portugal pode ser avaliada pela observação do comportamento dos principais factores determinantes da emissão fiduciária que, nos primeiros oito meses deste ano, apresentou acentuado acréscimo - l 405 000 contos - alterando o sentido que vinha sendo normal observar-se nos anos anteriores.

Variação da emissão fiduciária

Nota. - Elementos elaborados pela Inspecção - Geral de Crédito e Seguros

Atentas as observações anteriormente formuladas, parece poder concluir-se que o acentuado desequilíbrio das relações económicas externas conduziu a contracção sensível das disponibilidades de ouro e divisas, o que veio a reflectir-se com nitidez apreciável nas contas de depósitos à ordem dos bancos e banqueiros no Banco de Portugal. Foi, pois, fundamentalmente o au-