mento do crédito concedido pelo banco central que explicou o acréscimo da circulação fiduciária, porquanto a parte que poderia ter sido determinada em resultado da participação no F. M. I. foi quase totalmente absorvida por outros factores de menor significado.

O comportamento do sistema bancário Entre Janeiro e Agosto do corrente ano verificou-se para o conjunto do sistema bancário expansão de crédito no montante de 664 000 contos, inferior u registada em período homólogo do ano precedente, que foi de 925 000 contos. Todavia, como já atrás se salientou, para a expansão observada apenas contribuíram o Banco de Portugal, fundamentalmente através do redesconto e as caixas económicas, sobretudo a Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, que aumentou sensivelmente a concessão de empréstimos diversos.

Por outro lado. a quebra do ritmo expansionista do crédito em relação ao ano anterior deve atribuir-se quase exclusivamente à rubrica de empréstimos diversos, quer nos bancos comerciais, quer no Banco de Portugal, uma vez que a contracção da carteira comercial dos bancos comerciais foi largamente compensada pela expansão observada na mesma rubrica do Banco de Portugal, a que aqueles recorreram para redesconto das suas leiras uni carteira. Da conjugação destes resultados, registou o. total do crédito distribuído sob a forma de desconto um novo acréscimo, embora ligeiramente inferior ao que se observara até final de Agosto do ano anterior.

Evolução da situação bancária (Milhares de contos)

Nota. - Elementos fornecidos pela Inspecção - Geral de Crédito e Seguros

Em virtude do acentuado declínio observado nos depósitos à ordem, que se encontra afinal ligado ao desequilíbrio das relações económicas externas e porventura a factores de natureza psicológica, mas no momento presente já praticamente dominados, reduziu-se paralelamente a liquidez do sistema bancário, cujas reservas de caixa diminuíram cerca de 3 700 000 contos. Tal facto veio restringir a capacidade prestamista do sistema, o que não impediu que a expansão do crédito se tenha mantido até final de Agosto a um ritmo que se pode considerar relativamente normal. No que se refere ao Banco de Portugal, e devido aos resultados já assinalados da balança de pagamentos, as reservas de ouro e divisas do País diminuíram cerca de 3 200 000 coutos no decurso dos primeiros oito meses do ano. Daí resultou uma diminuição de 7,6 por cento na proporção entre as disponibilidades líquidas totais em ouro e moedas estrangeiras e as responsa- bilidades-escudos u vista, situando-se agora esta relação em cerca de 70 por cento, enquanto a percentagem das reservas (artigos 25.º a 28.º dos estatutos) se mantinha ao nível ultimamente observado - cerca de 55 por cento. Pode, pois, concluir-se, que embora se tenha observado sensível diminuição das reservas cambiais do banco emissor, continua a ma n ter-se perfeitamente assegurada a solvabilidade exterior du moeda nacional.

Por outro lado, para fazer face ao redesconto apresentado pelos bancos comerciais, teve o banco central

que aumentar em volume apreciável a omissão fiduciária. Deste modo, a acção do Banco de Portugal exerceu-se no sentido de devolver ao mercado monetário avultadas disponibilidades, fundamentalmente através do redesconto. por forma a compensar as tendências de contracção determinadas pela redução de depósitos à ordem nos bancos comerciais. Quanto à banca - comercial, e durante o período de Janeiro a Agosto do corrente ano, o decréscimo observado nos seus depósitos à ordem alcançou cerca de 3 069 000 contos, o qual foi ligeiramente compensado por um acréscimo de 2G6 000 coutos nos depósitos a prazo. Como reflexo imediato deste comportamento, os bancos comerciais, para não afectarem gravemente o apoio u produção e às diferentes actividades que recorrem ao crédito, viram-se na necessidade de redescontar ao banco emissor parte da sua carteira comercial, a fim de assegurarem um nível adequado e suficiente de liquidez. Assim, e como se infere dos números que a seguir se incluem, não se reduziu a concessão de crédito ao público, visto que a diminuição do saldo da carteira comercial em favor dos bancos foi mais do que compensada pelo acréscimo de papel nu posse do instituto emissor.

Atentos os movimentos em causa, parece não se poder concluir que o recurso das instituições de crédito ao prestamista da última instância só tenha operado com o fim de tornar possível ou de forçar a expansão das suas operações lucrativas, mas (ão-sòmcnle como via