Sob a presidência de S. Exª o Sr. Almirante Américo Deus Rodrigues Thomas, Presidente da República Portuguesa, que tinha à sua direita SS. Ex.ºs os Srs. Doutores António de Oliveira Salazar, Presidente do conselho, e Luís Clotário Supico Pinto, Presidente da Câmara Corporativa, e à esquerda SS. Ex.ºs os Srs. Doutores Mário de Figueiredo, Presidente da Assembleia Nacional, e António Cândido da Cruz Alvura, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, efectuou-se na sala das sessões da Assembleia Nacional a sessão inaugural da VIII Legislatura.

Estavam presentes o Governo, com excepção do Sr. Ministro de Estado Adjunto da Presidência do Conselho, S. Ex.ª o Sr. Cardeal-Patriarca de Lisboa, os membros do Corpo Diplomático e altas entidades civis e militares.

As 17 horas deu entrada na sala, onde se encontravam os Srs., Deputados e os Dignos Procuradores, o cortejo presidencial, no qual se incorporaram as comissões parlamentares de recepção ao Chefe do Estado.

As 17 horas e 5 minutos o Sr. Presidente da Assembleia Nacional declara aberta a sessão, em nome de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, acrescentando:

Vai usar da palavra, por direito próprio, S. Ex.ª o Sr. Presidente da República. Ex.ª o Sr. Presidente da República leu então a sua mensagem, que era do teor seguinte:

Cabe-me a honra de inaugurar a presente legislatura e ao fazê-lo, quero em primeiro lugar dirigir as minhas saudações aos que mereceram de parte dos seus concidadãos ser designados para constituir a representação nacional ao próximo quadriénio. Embora feita nos termos precisos das leis e com o fim primário de firmar a regularidade, da nossa vida constitucional, a consulta eleitoral houve de coincidir com o desenrolar de contingência graves que alertaram a consciência do nosso povo e ainda mais lhe apuraram a sensibilidade. De modo que o resultado, mais vincadamente que noutras circunstâncias, havia de exprimir sobretudo o mandato imperativo de defesa da honra e integridade da nação, nos domínios em que está a ser mais duramente atacada. E por isso começo a minha mensagem pelo domínio internacional.

Ao reler a que o meu ilustre predecessor dirigiu às Câmaras no começo da última legislatura, entristeceu-me o facto de, passados estes anos, ser ainda a mesma situação internacional e esta caracterizada pela persistência de problemas e dificuldades a que não se encontrou solução. Antes devemos pensar que tudo enormemente se agravou: e este agravamento deriva não só da acuidade dos problemas africanos que vieram enxertar-se na condução da política mundial, mas da forma como a comunidade internacional entende dever organizar-se e agir, e ainda, da crise dos principias morais e jurídicos que perturba a consciência geral.

Ao mesmo tempo que a Europa e a América tendem para formas supranacionais de colaboração e de vida, vem nacionalismo exaltado e imprevidente que demais não é uma criação espontânea, tende a fragmentar a África em unidades, a maior parte das quais inviáveis política e economicamente, com prejuízo em primeiro lugar para os seus povos e depois para a humanidade em geral. Poderão dizer-nos que se trata de