Os seguintes números são elucidativos quanto ao processo de concentração na área de Lisboa:

Tal esforço, atendendo ao condicionalismo português, não pode ser minimizado.

O quadro que se segue indica os valores totais de emigração neste século:

Quando se discutiu nesta Assembleia a proposta de lei de emparcelamento da propriedade rústica salientei algumas conexões entre a estrutura da propriedade e a densidade populacional. Referi igualmente como os nossos desequilíbrios na população activa indicavam subdesenvolvimento, com altas percentagens de população no sector primário e baixa produtividade na agricultura.

A reforma agrária agora iniciada, a industrialização do País e um conveniente ajustamento no sector dos serviços impõem que se estudem e equacionem as realidades demográficas da metrópole, tendo em vista, além do mais, possíveis níveis óptimos de população.

Estou convencido de que, de qualquer modo, o problema das deslocações subsistirá.

Num resumo de modelos que, na mesma intervenção, apresentei, verificava-se deverem atingir centenas de milhares os portugueses a deslocar.

Impõe-se pois. dar um sentido a tais deslocações, que, a dirigirem-se para fora da metrópole, deverão buscar necessàriamente os territórios portugueses de África.

Sr. Presidente: o exemplo flagrante da grande sangria das nossas populações é a emigração.

Nos últimos 100 anos mais de 2 milhões de portugueses abandonaram o continente e as ilhas adjacentes.

Uma análise no destino, composição quantitativa e qualitativa da emigração portuguesa nem sempre nos permitirá conclusões muito optimistas.

Concretizemos: Os portugueses que abandonam o País fazem-no nas idades mais vigorosas, como se, apreende, do seguinte quadro, relativo a 1960:

E embora a massa dos deslocados não seja, sob o ponto de vista profissional, das mais categorizadas, conforme se pode apreender dos números do quadro que segue sobre as profissões dos emigrantes nos últimos dez anos, o certo é que as exigências pelos países de emigração, ou até os condicionalismos constantes da nossa legislação, revelam critérios selectivos.

Exemplifique-se com o grau de instrução nos nossos emigrantes com mais do 7 anos, nu ano de 1960:

Podemos, em suma, afirmar que da nossa emigração resulta: um contributo para o decréscimo na taxa da natalidade; uma quebra nas nossas disponibilidades em população activa, e uma perca no capital social da Nação, com as correspondentes vantagens para o país de destino; e ...

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - ... um possível enfraquecimento nas reservas da previdência, dado um envelhecimento nos sectores da população activa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!