Qual o número de tripulantes (oficiais e marinheiros) da marinha mercante nacional.

6) Quais os impostos pagos pelas mencionadas empresas nos últimos cinco anos.»

Deputados, um triste pesadelo, aquela intentona que fechou, na cidade de Beja, o ano de 1961. Atormentou-se a Nação; sofreu pelo acto ignóbil todo o mundo português. E 1962 encontrou, entristecida e indignada, a gente portuguesa!

Até acontecera que a morte surgira para roubar à Pátria a generosidade de um valente. Tombou, frustrada uma alta missão, o corpo desse valente. Mas se caiu o corpo, que a Pátria agradecida recolheu como preciosa relíquia, ficou, na terra úbere daquela planície heróica, o seu sangue generoso, o sangue desse intemerato tenente-coronel Jaime da Fonseca, misturados, ele e ela, como que em promissora fecundidade, fecundidade que há-de brotarem esplendores, que serão guia e luz dos novos de Portugal, nestes tempos que trazem para as gerações que ora passam o pesadíssimo encargo de saber manter intangível e sempre mais alevantada a gloriosa e secular vivência dia Pátrio. Lusa, espalhada ela, hoje e para sempre, pelas margens do Atlântico e do Índico.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -Mas acontecera também, Sr. Presidente, naquela noite tempestuosa do fim do ano, que lá, em Beja, surgiram, para a luz da história, feitos que estão na continuidade das tradições gloriosas das forcas armadas portuguesas!

Mostrou-se a heroicidade e houve um punhado de bravos - há sempre um punhado de portugueses contra a traição que atinja a fortaleza lusitana -, esquecidos de si, dos seus, das suas coisas, para só viverem a devoção aos sagrados direitos da Pátria. E esse punhado, que teve por chefe distinguido, valentíssimo, abnegado, leal e firme o então major Calapez Martins, fez o milagre. E milagre foi, na total acepção da palavra, porque só por milagre se compreenderá que possa ter saído vivo daquela via sacra, como já lhe chamei, que, durante três longas horas, fustigado por violento temporal, viveu pelos corredores e em diferentes posições na parada esse destacado herói que nunca esqueceu, ao lado de ser soldado de pistola ou metralhadora nas mãos, a responsabilidade pesadíssima do comando do aquartelamento e da vida dos seus 200 rapazes que lá pernoitavam!

O Sr. Rocha Cardoso: - Valentia algarvia!

O Orador: - Que importou que fosse um só, de princípio, que fossem depois dois, que, no fim, não passassem de uma dúzia ?! Bastaram e sobraram.

E a cidade dormiu tranquila, indiferente ao sucesso, estranha ao drama que a espiava. E quando acordou, estremunhada, atónita e indignada, o milagre estava realizado. Do que se libertara Beja e a sua gente só a Deus pertence. Picara nela apenas, com o sobressalto da inaudita afronta, vivo e intenso, o sentimento da gratidão, gratidão que se tornou extensiva a todo o Alentejo e a toda a Nação.

Nós sentíamos, neste dias que estavam a correr, como começava a ser difícil sofrear o obrigado que andava de alma em alma.

Pois bem, Sr. Presidente e Srs. Deputados, esse dia chegou no último sábado. Teve por cenário a cidade e, sobretudo, a sua linda Praça da República. E também a sua Domus Municipalis.

Ali, por compreensão desse alto espírito de homem e de português que é o Sr. Ministro do Exército, que acedeu à- pretensão do Interior, ao lado do Sr. Ministro do Exército.

Associado de espontânea vontade, pois não fora convidado, o Sr. Ministro do Interior, por sua presença só à última hora conhecida, deu especial cunho ao acto de sábado em Beja.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Se mais não traduzisse, mostrava o interesse que ao Ministro mereceu a acção decidida e heróica dos que puderam salvar o quartel de Beja e, através dela, puderam trazer especial contributo ao bem comum, garantindo a manutenção da paz e do sossego de toda a família portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas creio que outras conclusões poderemos tirar e uma, altíssima, será a que demonstra com esclarecida evidência que os dois Ministérios, o do Interior e o do Exército, se encontram em total e perfeita união na defesa intransigente dos mais altos interesses da Pátria.

O Sr. Pinheiro da Silva: - Muito bem!