novas instalações de escolas industriais e comerciais, dando-lhes edifícios condignos para o fim a que se destinam.

Mas evidentemente que nem tudo é realizável de pronto, visto ser grande o atraso que havíamos sofrido, e uma recuperação não pode fazer-se em ritmo de jacto, como muitos julgam.

Temos de agir dentro das circunstâncias da hora actual, o que não quer dizer que seja interrompida a valorização sofrida pelos nossos estabelecimentos escolares. E, dentro dessa conformidade, quero aqui manifestar a insuficiência das velhas instalações do Instituto do Porto, instalações impróprias e inadequadas para o exercício do ensino.

O Governo, sempre atento às necessidades, tem envidado os máximos esforços numa melhoria de instalações compatível com a frequência numerosa e progressiva que se observa, o que pode verificar-se estatisticamente.

A construção de um edifício próprio, como estava previsto no II Plano de Fomento, seria solução ideal, resolutiva de delicados problemas, que entorpecem a acção que ali se desenvolve.

E postas estas leves considerações, outras, de ordem técnico-pedagógica, ocorrem ao meu espírito, encerrando sugestões que concorreriam para mais valorizar os seus diplomados.

Procuram as indústrias têxteis do Norte do País o recurso que se lhes oferece de chamar ao seu serviço indivíduos diplomados com cursos têxteis estrangeiros, visto não ter Portugal escolas adequadas ao nível de formação de gerentes industriais convenientemente adestrados com conhecimentos científicos e técnicos precisos.

Em nossa opinião seria possível colmatar essa lacuna adoptando programas perfeitamente exequíveis com o mínimo dispêndio para o Estado. Não seria necessário para tal desiderato instalar no futuro edifício oficinas têxteis de montagem dispendiosa, visto existirem em muitas fábricas instalações modernas que, acompanhando o progresso de técnica nos seus métodos, e para seu próprio interesse, colaborariam numa empresa, q ue se nos afigura de muito valor.

Dentro desta, sugestão, criar-se-iam cursos complementares, que legalmente já existem, para serem frequentados pelos alunos que houvessem completado o curso de agentes técnicos de engenharia previamente seleccionados pela sua valorização, de admissão limitada, às necessidades da indústria.

Far-se-á assim esse curso complementar técnico têxtil, com a colaboração das grandes empresas fabris, onde os alunos fariam estágios sob controle do Instituto e dos técnicos das suas empresas.

Ao Instituto caberiam as aulas teóricas, de carácter propriamente técnico e laboratorial e tudo quanto pudesse interessar à resolução dos variados problemas de carácter industrial.

Mas para realizar esta sugestão torna-se indispensável a construção de um novo edifício. Professar-se-iam no Instituto cursos complementares de conhecimentos básicos, matemática, física e química, permitindo aos futuros agentes técnicos resolver convenientemente problemas inerentes à aparelhagem moderna de controle e, especialmente, de carácter electrónico.

Ali só professariam também cadeiras de função humanística, tão necessárias a uma boa formação, e ainda cursos de organização do trabalho e de produtividade, segurança do operário e da actividade fabril e também geografia, económica.

Resolver os problemas que acabo de enunciar, de projecção intensa na economia nacional, não esquecendo a construção de um novo edifício para o Instituto Industrial do Porto, é oferecer à mocidade que o frequenta um contributo valorizante do seu futuro, bem integrado no progresso da Nação.

Aqui ficam, Sr. Presidente, estas sugestões, que, reflectindo um pensamento ou uma ideia, bem mereciam ser encaradas e estudadas à face do interesse nacional.

Aulas práticas a 2 horas ......... 418

Total de horas semanais 642

Sr. Presidente: anunciada a restauração da Faculdade de Letras do Porto pelo Sr. Presidente da República, quando presidia à inauguração do ano escolar da Universidade, foi-lhe, por portaria do Sr. Ministro da Educação Nacional, dada sanção oficial no Diário do Governo.

Estava assim satisfeita uma das mais prementes aspirações, não só do Porto, mas de todo o Norte do País, que nunca alimentou dúvidas sobre o restabelecimento do Instituto, que, difundindo ciência e criando valores, muito se distinguiu no mundo das letras.

Brilhantíssima foi a acção desenvolvida durante os cursos do seu exercício por um escol de mestres que na vida intelectual do País ocuparam posição sempre elogiosamente lembrada no campo do ensino e da investigação, tornando-se credores da melhor homenagem.

Não permitiram circunstancias bem notórias que a Faculdade de Letras, tão ambicionada por velhos e novos, iniciasse a sua actividade no ano lectivo que está correndo, mas o facto tem inteira justificação, que nos compete apresentar dentro de toda a verdade.

Não é tarefa fácil pôr em pleno funcionamento e rendimento, num limitado espaço de tempo, uma Faculdade de grande frequência e de grande responsabilidade.