cos de Teologia, numa afirmação expressiva, inequívoca e incontroversa do ressurgimento espiritual da Nação.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - No rumo deste pensamento, o seu douto Senado, em sessão de 22 de Janeiro de 1954, aprovou uma moção do Conselho da Faculdade de Letras, em que se pedia aos Poderes constituídos a restauração urgente da Faculdade de Teologia.

Representava aquela moção um apelo gritante de quem conhecia sobejamente que à cultura portuguesa fora amputada uma asa poderosa do seu prestígio, do seu progresso e da sua glória.

Todavia, aquela voz, apesar de instante e veemente, não acordou os ecos adormecidos numa desolada e estranha quietude.

Mas a Universidade de Coimbra quer rasgar uma clareira coerente com as suas gloriosas tradições.

Pondera a insuprível importância dos estudos teológicos para a formação da mentalidade académica, para a projecção extra-escolar do seu magistério e para a consolidação do mais puro e benéfico humanismo.

Conhece que a ausência da Faculdade de Teologia inibe, praticamente, os estudos da história das instituições eclesiásticas, da história comparativa das religiões e da apologética do catolicismo, o cultivo das línguas orientais, a investigação da inexaurível bibliografia patrística e até, de certo modo, provoca o amolecimento dos estudos clássicos, o qual, dia a dia, assume mais acentuadas proporções.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A Universidade vê, com pungido desgosto, um imenso repositório de trabalhos teológicos, fruto de muitos séculos de labor, em remanso na sua biblioteca, à espera de cultores que os explorem com solicitude e com amor.

Por isso, o Senado da Universidade, em sessão de 27 de Outubro de 1960, aprovou, por unanimidade, uma nova moção, em que reitera, com o mais caloroso empenho, o pedido de restauração da sua Faculdade de Teologia, reputando-a a indispensável ao progresso da Universidade e urgentíssima para o desenvolvimento cultural do País».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Tão prestimosa iniciativa imediatamente encontrou decidido apoio na edilidade de Coimbra, cuja Câmara, secundando as palavras do seu ilustre presidente, na sessão de 26 de Janeiro de 1961, considerou «um imperativo de consciência apoiar a petição» do Senado Universitário, afirmando de forma eloquente que ao mais antigo centro universitário do País se tem de considerar amputado enquanto não for restaurada a sua mais antiga Faculdade de Teologia».

No seu relatório apresentado à Universidade no início do presente ano escolar, o Magnífico Reitor de novo apelou para o Governo para que, com a maior urgência, atenda aquela justíssima pretensão, difundindo novas luzes no panorama cultural português. E ainda recentemente, em luminoso artigo inserto no jornal Encontro, com data de 7 de Fevereiro do ano corrente, o ilustre reitor Prof. Braga da Cruz, inteligência fulgurante, carácter inflexível, consciência límpida, cuja vida é um exemplo das mais altas virtudes cívicas e morais, ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - ... defendeu com brilho inescurecível e superior distinção intelectual os fundamentos subjacentes daquela petição.

Numa hora em que todos os países civilizados e, por ironia do destino, incluíndo alguns da «cortina de ferro», mantêm as suas Faculdades de Teologia, católica ou protestante, conforme a índole religiosa dos povos, não poderemos, sem grave quebra do nosso prestígio, permanecer nesta letargia, nesta frouxidão, nesta decadência, para onde fomos arrastados há 50 anos pelos erreis de uma política vesga e desastrosa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A França, as Faculdades Católicas de Paris e as Faculdades de Teologia de Angers, de Lille, de Lião, de Toulouse e de Estrasburgo.

A Itália, a Universidade Gregoriana, a Universidade Católica de Milão, o Ateneu Pontifício de Roma, o Ateneu Antoniano, o Instituto Angélico, o Instituto Bíblico, além de outros.

A Suíça, a Universidade de Friburgo e as Faculdades de Teologia de Berna, de Basileia, de Lausana, de Neuchatel e de Zurique.

A Bélgica, a Universidade Católica de Lovaina, o Colégio Filosófico e Teológico da mesma cidade e as Faculdades de Ciências Filosóficas e Religiosas de S. Luís de Bruxelas.

Os Países Baixos, a Universidade Católica de Nimegue e as Faculdades de Teologia de Leyde e de Utreque.

A Alemanha, a Universidade Católica de Munique e as Faculdades de Teologia de Bamberg, de Bona, de Eichstát, de Erlangen, de Francoforte, de Freising, de Friburgo, de Hamburgo, de Heidelberga, de Kiel, de Mogúncia, de Marburgo, de Munster, de Passau, de Ratisbona, de Wittemberg e de Wurzburg.

A Áustria, a Faculdade de Teologia de Viena, de Graz, de Innsbruck, de Mõdling e de Salisburgo.

A Dinamarca, a Faculdade de Teologia de Copenhaga.

A Suécia, a Faculdade de Teologia de Lund e de Uppsala.

A Finlândia, a Faculdade de Teologia de Helsínquia.

A Noruega, a Faculdade de Teologia de Oslo.

A Inglaterra, a Faculdade de Teologia da Universidade de Londres, a Faculdade de Teologia do Real Colégio de Londres, a Faculdade de Teologia do Colégio do Corpo de Deus de Cambrígia, os Estudos de Teologia do Colégio de Santa Catarina de Cambrígia, a Faculdade de Teologia de Manchéster, os Estudos Teológicos dos Colégios de Oxónia, de Salisbúria, de Aberystwth, de Bala, de Cardife, de Bangor e de Glásgua.

A Polónia, a Faculdade de Teologia de Cracóvia, de Poznam e de Varsóvia.

A Hungria, a Faculdade de Teologia de Budapeste.

A Jugoslávia, a Faculdade de Teologia de Liubiana.

A Grécia, a Faculdade de Teologia de Atenas e de Tessalonica.

A Islândia, a Faculdade de Teologia de Reiquejavique.