Não se pode dizer, considerando a desvalorização da moeda, que o desenvolvimento das receitas ordinárias tivesse sido muito grande. Com efeito, o seu volume em 1960 foi um pouco mais de três vezes do que o de 1938. A desvalorização da moeda neste longo espaço de tempo quase por si só justifica o aumento. Outros factores têm de ser ponderados, mas este simples multiplicador dá ideia do fenómeno e da pequena melhoria relativa nas receitas.
Receitas orçamentadas e cobradas
As diferenças foram sempre altas, sinal de conservantismo nas estimativas, mas a de 1960 foi em cerca de 150 000 contos superior à de 1958, que se fixara em 1 094 548 contos, valor bastante elevado.
A seguir publica-se um quadro que mostra as receitas orçamentadas e cobradas durante certo número de anos depois da guerra e as do ano anterior ao conflito mundial:
Quase todo o excesso provém dos dois primeiros capítulos, o que é agradável surpresa, tanto mais que pelas razões conhecidas os dois últimos não têm influência sensível na receita, dada a compensação na despesa na maior parte dos anos. Talvez seja mais para surpreender a quebra no domínio privado e participações de lucros, que acusa menos 47 459 contos cobrados em relação ao orçamentado.
Ver-se-á adiante, ao examinar a conta deste capítulo, qual a razão da baixa agora mencionada.
Origem das receitas ordinárias
A constância do sistema fiscal permite extrair algumas ilações de interesse na evolução das receitas.
A subida foi maior nuns capítulos do que noutros, como se verifica no quadro seguinte, que mostra as receitas de cada capitulo desde 1938: