A comparação entre o longínquo ano de 1928 e o de 1960 mostra algumas alterações de relevo, mas não tão grandes como seria de esperar.

Nalguns casos os rendimentos colectáveis totais pouco mais do que dobraram. Apenas em Lisboa e Porto, mas sobretudo no primeiro caso, se deu um aumento digno de nota: de 114984 contos em 1928 passou-se para 1 377 875 contos. Mas o exame das cifras mostra que o acréscimo se deu nos rendimentos colectáveis urbanos, porque embora houvesse melhoria nos rústicos eles estão muito aquém dos urbanos.

Também merecem referência especial, nesta matéria, os distritos do Sul onde já se encontra sujeita a cadastro quase toda a propriedade rústica.

A seguir desdobram-se as cifras de 1928 e 1960 para alguns distritos. No quadro pode comparar-se a evolução de distritos do Alentejo com alguns do Centro e Norte:

A acção do cadastro fez sentir os seus efeitos em Évora, Portalegre e, com menor intensidade, em Beja. Embora tenha sido apreciável o aumento do rendimento colectável rústico nalguns distritos, ele foi lento se se considerar d grande espaço de tempo que medeia entre os anos extremos.

O caso de Lisboa, com um pequeno acréscimo de pouco mais de 64 300 contos, é típico.

O distrito de Santarém, com rendimentos colectáveis da propriedade rústica de apenas 24 000 contos, números redondos, em 1928, subiu para cerca de 105 000 coutos em 1960. E neste distrito que se situam as zonas agrícolas mais ricas do País.

Propriedade urbana Já se examinaram alguns elementos relacionados com a contribuição predial urbana e se verificou que o desenvolvimento dos rendimentos colectáveis da propriedade urbana cresceram muito móis rapidamente do que os da propriedade rústica. Este fenómeno teve lugar com muito maior intensidade, como era de prever, dada a concentração de rendimentos, nos distritos do litoral e especialmente nos distritos de Lisboa e Porto.

A evolução dos rendimentos colectáveis rústicos em relação aos urbanos foi muito lenta. O número citado no parecer de 1959, que dava 546 000 contos para os urbanos em 1935 e 933 000 contos para os rústicos, é elucidativo. Idênticos números cresceram em 1959 nos rústicos para 1 345 000 contos, ou 1 405 000 em 1960, e 2 402 000 contos em 1959, ou 2 520 000 em 1960 para os urbanos. O coeficiente de elevação no caso dos rendimentos colectáveis rústicos, neste período, foi de 136 e subiu a 290 no caso dos urbanos. Não admira, pois, a grande diferença na evolução da contribuição predial rústica e urbana.

Construção de edifícios O número de edifícios para os quais foi passada licença de habitação durante o ano de 1960 foi um pouco superior ao de 1959, mas o aumento deu-se na província, porque tanto em Lisboa como no Porto houve grande diminuição.

Em Lisboa passaram-se menos de metade de licenças de habitação para edifícios terminados durante o ano.

A seguir indicam-se os principais elementos que definem a actividade da construção civil para habitação.