(a) Edifícios construídos para os quais foi passada licença do utilização.

O ano de 1958 parece ter sido aquele em que mais se construiu em Lisboa e na província, com um total de 19 750 edifícios, 31 161 pavimentos, e 1 849 770 m2 de superfície coberta. Embora a superfície coberta se mantivesse em todo o País, pois em 1960 os resultados da estatística acusam uma diminuição de apenas 22 428 ma, a superfície coberta em Lisboa não atingiu metade da de 1958, o número de prédios foi de pouco menos de um quarto e o número de pavimentos menos de metade.

Em contrário do afrouxamento da actividade da construção civil em Lisboa e Porto, que se deduz da estatística, parecem ter melhorado em 1960 as condições da província.

Os números que definem os edifícios, os pavimentos e a superfície coberta melhoraram em todos os casos.

A média de pavimentos por edifício aproxima-se de 5, enquanto na província (não contando o Porto) a média é menor que 1,5 por edifício.

Em qualquer caso é agradável registar que a província não afrouxou os esforços no sent ido de melhor habitação.

Na província a intensidade de construção faz-se sentir nas cidades e algumas vilas. Não parece, pelo menos nos meios rurais de certas regiões, que se construam muito mais casas.

O caso da baixa no número de edifícios construídos em Lisboa não deve filiar-se na existência de habitações para toda a população. Talvez resida no facto de se terem construído casas de características inadaptáveis aos rendimentos - casas de rendas caras incomportáveis pelos rendimentos e nas desilusões que este facto produziu.

Se o fenómeno for devido a um começo de descentralização demográfica, os seus efeitos serão vantajosos para o equilíbrio social. Mas não parece que seja devido a isso.

Prédios urbanos O número de prédios urbanos já foi dado num quadro geral publicado acima.

Os distritos que têm mais prédios urbanos são os do Porto, Viseu e Coimbra, onde é regra a casa própria, e, portanto, a pequena moradia.

A seguir indicam-se os distritos com maior número de prédios urbanos:

O número de prédios urbanos no distrito do Porto aproxima-se de 200 000 e tem aumentado sempre. Mas a diferença com 1936 não é muito grande, tendo em conta o longo período decorrido. Nalguns distritos, como no da Guarda, pouco se construiu em 1960. A diferença em relação a 1959 é de 768 edifícios. Mas Santarém parece estar a atravessar uma época de actividade construtora, se for comparada a diferença para mais neste distrito, em relação a outros, outro tanto acontecendo em Aveiro.

Contribuição predial e rendimentos colectáveis Já se notou acima que o aumento da contribuição predial se deve em grande parte à propriedade urbana. Dobrou em relação a 1938. Esta contribuição é função dos rendimentos colectáveis, que atingiram cifra que se aproxima do triplo da daquele ano, como se verifica nos números que seguem.