á no parecer do ano passado se chamou, especialmente, a atenção para este assunto escrevendo-se:

valor unitário das mercadorias exportados é hoje inferior ao das importadas, embora durante largos anos a posição tivesse sido inversa. A viragem deu-se em 1956, e só em um ou outro ano anterior a posição foi acidentalmente desfavorável. Merece estudo atento este facto, para que as suas causas fiquem perfeitamente definidas; tal estudo pode, na verdade, revelar condições peculiares da economia portuguesa.

essa revelação talvez mais não fosse do que a resultante de uma exportação de matérias-primas ou manufacturas com fraca incorporação de trabalho, contra a importação de mercadorias de qualidade, fortemente trabalhadas pelo homem.

E diante de tal posição de inferioridade, no que respeita a qualidades, só um maior volume das exportações poderia anular o desequilíbrio. Mas o manancial de matérias-primas, quer de origem mineral, quer de origem vegetal, não depende do arbítrio humano. Obedece mais a condições físicas do que a forças humanas.

As importações A apreciação das contas não pode separar-se da análise das quantidades respectivas, quando se pretende conhecer a estrutura económica nacional, e não apenas o movimento de receitas e de despesas. Aliás, está assente que a observação meramente financeira não dá elementos elucidativos do comportamento dos fenómenos económicos. A troca de bens e serviços entre diversos países não é um movimento essencialmente financeiro, pois a. entrada e saída de divisas deriva de operações que se realizam consoante a particularidade económica de cada um dos intervenientes.

Não pode proceder-se à colheita de direitos indiscriminadamente, sem atender à capacidade efectiva do país importador, no seu aspecto económico. Daí ficar falha de sentido económico a apresentação de valores cobrados lias alfândegas pela entrada e saída de mercadorias.

Apesar disso, oferece-se a indicação quantitativa dos direitos cobrados nos importações como meio de apreciar uma evolução, especialmente útil quando desdobrada a verba global nas verbas correspondentes às diversas classes pautais. E o que se faz na quadro que segue:

m 1960 as encomendas postais passaram a constituir uma secção especial. Deste modo foi quebrada a uniformidade no critério de classificação, o que, se é de aceitar como solução prática, apresenta inconvenientes como forma de agrupamento. Se as encomendas postais passarem a ser um meio fortemente usado nas importações, entrar-se-á em maior impossibilidade de apreciar o volume de cada uma das qualidades importadas. Note-se, por exemplo, a rubrica «Fios, tecidos, etc.», em que o valor pouco excede o das encomendas postais (2,8 para 2,2 por cento). E grande parte das encomendas postais é constituída por fios e tecidos de elevada qualidade, donde ficará perturbada a apreciação do movimento efectivo de importações desta classe.

É certo que se torna impossível manter exigências de demasiada burocracia na troca internacional de mercadorias, ainda que apenas para efeitos estatísticos;