e, por outro lado, também é certo que não pode a apreciação dos dados fundamentais da economia produtora do País estar dependente de conhecer-se o que é recebido ou remetido por via postal. Tudo depende, aliás, da extensão que tenha essa via postal e da capacidade de resistência das indústrias do país importador.

Nos últimos anos vinha a decrescer o valor das importações (14 422 000 contos em 1957,13 809 000 em 1958 e 13 681 000 em 1959), para em 1960 dar um salto brusco para 15685000 contos, mantendo-se, no entanto, sem grandes alterações, a posição relativa de cada classe. Os fios e tecidos e as manufacturas diversas tiveram mais fortes baixas nessa posição relativa, muito provavelmente pelo aparecimento do grupo das encomendas postais. A evolução das várias classes, com base em 1938, aprecia-se no quadro que segue:

Maior importância económica revela o quadro seguinte, que dá a quantidade importada em cada uma das classes, nelas incluindo agora as encomendas postais. Por ele se verifica o facto de uma subida acentuada na quantidade de substâncias alimentícias, de 320 000 t em 1959 para 470 000 t em 1960, ou seja um acréscimo de quase 50 por cento, quando já de 1958 para 1959 tinha subido 25 000 t, ou quase 8 por cento.

Esta importação crescente de substâncias alimentícias não deve deixar de ser devidamente apreciada, no que pode referir-se a certos produtos de maior requinte.

Salvo o caso de importação de trigo, derivada de maus anos agrícolas, a importação continua, certamente, a incluir produtos de alta qualidade ou, ao menos, mercadorias de atraente apresentação comercial ou de elevada classificação em certas camadas sociais, ainda que possa ser de fraco significado quantitativo o volume dos cambiais. Ora, quaisquer que sejam as razões apontadas, elas podem sempre encontrar-se num mesmo ponto: a diversificação social de mais acentuada incidência num país de características económicas como as do nosso.

A importação de matérias-primas, que desceu de 1957 para 1958, veio a retomar a subida em 1959, representando em 1960 183 por cento do que era antes da guerra, enquanto as máquinas e aparelhos passaram para 314 por cento. Tem interesse a evolução destas duas ordens de mercadorias, pelo que elas podem representar de incremento industrial. Mas não é aqui o lugar próprio para tal análise em profundidade.

O mapa seguinte dá a evolução da tonelagem importada, tomando por base o ano de 1938: