O confronto da posição nos dois anos consecutivos de 1959 e 1960 pode denotar uma viragem importante, se representa de facto o resultado de política definida. A viragem deu-se na inversão dos sentidos na importação de cada um dos dois grupos: automóveis de carga e de passageiros: subida nos primeiros e descida nos segundos.

Os preços médios, em 1960, foram de 52 308$ para os carros de carga e de 31186$ para os de passageiros, enquanto em 1959 aqueles números eram, respectivamente, de 53 000$ e 30 750$.

As exportações As exportações em 1960 atingiram, como se viu, a verba global de 9 408 000 contos, inferior, portanto, em 40 por cento, às importações. Aliás este fenómeno verifica-se desde 1929, com a excepção de três anos apenas: 1941 a 1943.

A quantidade exportada corresponde, em 1960, a 68 por cento da importada, quando no ano de 1959 havia sido de 69 por cento, que equivale a uma exportação de 2 895 000 t em 1960 e de 2 654 000 t em 1959.

O valor de cada tonelada exportada foi de 3249$, em 1960, quando em 1959 havia sido de 3147$, ou seja um valor de 88 por cento naquele ano e de 89 por cento neste sobre o quantitativo médio das importações.

Classes de mercadorias Em 1960 deram-se alterações na composição do que se exportou: as substancias alimentícias cederam o primeiro lugar às matérias-primas. Quer dizer: a exportação de um produto trabalhado (tratando-se de conservas de peixe, por exemplo) ter-se-ia alterado para a de um produto com pouca mão-de-obra.

Como se vê do quadro que segue, exportaram-se mais fios e tecidos em 1960: de l 289 000 contos, em 1959, passou-se para l 671 000 contos, representando 15,4 por cento no conjunto das exportações daquele ano e 17,8 por cento neste:

Gomo é natural, também aqui as encomendas postais aparecem pela primeira vez em rubrica destacada, influenciando, portanto, os confrontos entre as rubricas nos vários anos. Em 1960 representam elas 3 por cento du conjunto das exportações, o que é apreciável.

Aliás, esse confronto faz-se mais facilmente no quadro adiante, em que se toma por base q ano de 1938. E, na verdade, importante a subida verificada no grupo dos fios e tecidos, cujo índice subiu de 1083 em 1959 para 1404 em 1960, quando de 1958 para 1959 tinha descido. No entanto, pode pôr-se aqui o problema da decomposição de fios, por um lado, e de tecidos, por outro, para se apreciar a medida em que essa ascensão representa, de facto, uma conquista da indústria portuguesa. E mesmo de entre os tecidos torna-se necessário distinguir entre as simples telas de algodão e o produto acabado, seja apenas tinto ou também estampado ou mesmo em obra, pois representam graus fortemente diferentes no que se refere à incorporação de mão-de-obra, que é, afinal, o que mais importa.

As substâncias alimentícias decresceram acentuadamente em valor global na exportação de 1959 para 1960, como já vinham decrescendo nos anos antecedentes.

A exportação de máquinas e aparelhos e de manufacturas diversas tiveram melhorias, quanto a valores, que são certamente encorajantes para a indústria. É claro que também aqui importa antes de tudo ver se essas exportações se estarão a fazer com lucros, ou se se trata apenas de luta pela conquista de mercados, sem êxito, por fraqueza da capacidade económica da empresa. Se assim suceder, a exportação nada mais repre-