Este quadro mostra quanto representa o preço de cada tonelada exportada tomando como medida o preço de cada tonelada importada.

Principais exportações Os nove produtos de exportação mais importantes constam do mapa seguinte:

Há que atender, antes de tudo, à descida que este grupo de mercadorias mais representativo das nossas exportações vem sofrendo nos últimos anos, tanto em valores como em quantidades. Na verdade, representando em 1958 um valor de 68,2 por cento do total, desceu para 64,2 por cento em 1960. A quebra na tonelagem foi de 73,6 por cento para 69,3 por cento.

As cortiças continuam a representar o maior valor de exportação, com 15 por cento do total, enquanto as conservas de peixe cederam aos tecidos em peça e obra o segundo lugar (11 por cento e 12 por cento, respectivamente). Esta alteração pode fazer supor uma posição pouco proveitosa para a estrutura da economia portuguesa. As conservas de peixe e os vinhos são actividades tradicionais, enquanto os algodões podem representar apenas uma situação de emergência na política económica mundial.

Assim, a descida na quantidade exportada em conservas de peixe (que passou, em toneladas, de 1959 para 1960, de 77 452 para 65 192) pode corresponder

a perda de posição que os algodões não substituem, ao menos em situação estável.

O que não passa, certamente, despercebido é o facto de ser fraca a incorporação de mão-de-obra nos principais produtos metropolitanos de exportação, especialmente no que se refere às cinco últimas mercadorias do quadro. O saldo da balança comercial da metrópole continuou negativo em 1960, mas mais agravado, como se vê no quadro seguinte:

De 5 330 000 contos em 1959 passou o déficit para 6 277 000 em 1960, sendo apenas positivo em 153 000 contos no comércio com as províncias ultramarinas, embora, mesmo neste movimento, tenha descido 323 000 contos.

Os valores exportados para as províncias portuguesas do ultramar, que de 1958 para 1959 ainda subiram 137 000 contos, vieram a decrescer 9000 contos de 1959 para 1960. Por outro lado, as importações de produtos ultramarinos, que desceram 96 000 contos de 1958 para 1959, aumentaram 314 000 contos de 1959 para 1960.

As restantes exportações elevaram-se de 5 936 000 contos em 1959 para 7 002 000 em 1960, subida sem dúvida apreciável, com forte influência no quadro dos países nossos compradores.

Sem considerar as províncias ultramarinas, as exportações passaram de 73 por cento em 1958 para 71 por cento em 1959 e para 74 por cento em 1960. As oscilações não são bruscas, nem conviria que o fossem.

Por outro lado, as compras a outros países atingiram 13 432 000 contos em 1960, contra 11 742 000 em 1959. Quer dizer: enquanto as compras a países diversos subiram 1690 000 contos, as vendas elevaram-se a l 066 000 contos, ou seja uma diferença de 624 000 contos em prejuízo da balança comercial.

Do grupo de países mais influentes no comércio externo só à França vendemos menos em 1960 do que em 1959. Sensível foi o aumento de vendas para o Reino Unido e para a Alemanha, embora os saldos negativos com esses países se tenham mantido em nível elevado, especialmente em relação à Alemanha, que subiu de l 716 000 contos em 1959 para l 820 000 em 1960, como se vê no quadro da página seguinte.