A acção do índice de preços diminui nos anos que se seguiram a guerra, sendo de pequena influência na última década. Mas a desvalorização da moeda reduziu muito o valor real das despesas no período que decorreu de 1940 a 1950.

Se as despesas totais fossem analisadas em preços correntes do ano em que se processaram, o seu comportamento, embora variando, mantinha-as dentro de certos limites. O aumento de ano para ano, desde 1950, só três vezes ultrapassou a casa dos 600 000 contos, e em todos eles por motivos excepcionais, que foram explicados lia devida altura.

As circunstâncias modificaram-se. Em 1958 o acréscimo de despesas totais atingiu apenas 457 000 contos ; elevou-se, porém, em 1959 para l 060 000 contos e para l 589 000 contos em 1960. A delicadeza da economia interna e do acanhado meio nacional em matéria financeira transparece dos efeitos que advieram com um aumento de despesas em relação ao ano anterior, da ordem do milhão e meio de contos.

Para dar a nota da movimentação das despesas totais publicam-se a seguir os acréscimos em relação ao ano anterior desde 1950:

1953 ......... ........+ 556

1959 ......... ........+1 060

1960 ......... ........+1 589

Nos pareceres dos anos respectivos se indica, com pormenor e comentários, a origem das receitas que liquidaram essas despesas. Nos dois últimos, como já se explicou, o empréstimo começou a pesar nas receitas extraordinárias.

Cerca de 35 por cento das despesas totais suo extraordinárias. Compare-se esta cifra com a de 1956, em que as despesas ordinárias concorriam para o conjunto com 76,7 por cento e as extraordinárias com apenas 23,3. E se ainda se considerar que a quase totalidade das receitas ordinárias era constituída por excessos de receitas ordinárias ou saldos de anos económicos findos, ver-se-á a profunda diferença entre os dois períodos. As despesas ordinárias, numa série de anos, foram as que seguem, calculadas nos termos dos índices já acima referidos:

Parece ter sido longo o caminho andado desde 1938, se se levarem em conta apenas as despesas, em termos correntes na moeda do ano. Mas um exame da segunda coluna, onde se inscrevem os valores em moeda de 1938, mostra logo que as despesas ordinárias de 1960 apenas atingiram valor duplo do daquele ano. Por outros termos, quer-se certificar que, dado o lapso de tempo decorrido e o desenvolvimento social, o aumento das despesas ordinárias foi muito pequeno e aquém das necessidades reais do País.

Os acréscimos de ano para ano constam dos números que seguem:

1951 .............. ... + 335

1953 .................. + 374

1955 .................. + 344

1957 .............. ... + 569

1960 .............. ... + 429

Total ... ... + 3 742

Já se aludiu acima ao aumento das despesas totais, acelerado nos últimos dois anos. Os acréscimos nas despesas ordinárias, tirando o exercício de 1959, só uma vez ultrapassaram a casa dos 500 000 contos nos últimos dez anos. Ainda em 1960 o aumento não foi além de 429 000 contos.

A força das circunstâncias há-de obrigar à compressão de despesas ordinárias nos próximos anos, o que é um bem se elas forem convenientemente aproveitadas o que se vai tornando cada vez mais difícil. A despesa por habitante, na base do ano de 1960, eleva-se a 1241$, consideradas as despesas totais, ou a 851$, considerando apenas as ordinárias. É muito