Direcção-Geral das Alfândegas Não houve alterações sensíveis na despesa desta Direcção-Geral, que sé manteve no nível de 1959, em 75 636 contos. O aumento foi de apenas 164 contos. Os gastos em cada um dos serviços da Direcção-Geral constam do quadro seguinte:

A maior parte da despesa respeita a pessoal,- que absorve um pouco mais de 42 000 contos. Mas esses encargos incluem verbas importantes, como a do pagamento às Juntas Gerais dos Distritos Autónomos de Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Funchal, de rendimentos cobrados, que em 1960 se elevaram a 15 859 contos, de participações em cobranças de receitas no serviço do tráfego, que subiram a 3086 contos em 1960, e ainda outras.

A seguir discrimina-se a despesa das alfândegas conforme as classes orçamentais:

Casa da Moeda Na Casa da Moeda a despesa elevou-se a 25 076 contos, mais 661 contos do que em 1959. O aumento deu-se quase todo em material, como se verifica a seguir: Haveria ainda a mencionar outras despesas- no Ministério das Finanças. As de maior relevo são a do Instituto Geográfico e Cadastral, com 7786 contos de

despesas ordinárias e 28 851 de extraordinárias, a Inspecção-Geral de Crédito e Seguros, com 2891 contos, o abono de família e mais de menor importância.

Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência Dada a posição de relevo que esta instituição detém no conjunto do sistema bancário, reveste-se de especial interesse recordar, em síntese, como decorreu em 1960 o sector da moeda e do crédito em que se integra a sua actividade.

De um modo geral, aquele sector evoluiu favoravelmente, tendo-se mantido a estabilidade do valor do escudo, tanto no mercado interno como nas principais praças externas.

Registou-se, no entanto, um ponto de inflexão na marcha da balança de pagamentos, indício revelador de que d estrutura do nosso comércio externo não se apresenta tranquilizadora, como, aliás, se verificou ao examinar os impostos indirectos.

O volume dos meios de pagamento continuou com tendência expansiva, superior à da actividade económica, devido ao desenvolvimento da conta de depósitos, que derivou do aumento do crédito.

Notou-se intensificação do mercado financeiro, sobretudo no que respeita a novas emissões dos sectores público e privado, de que resultou ligeira tendência para elevação da taxa de juro entre particulares, embora as operações no sistema bancário se tivessem continuado a processar sem agravamento.

Manteve-se portanto o clima de dinheiro barato, que possivelmente terá de ser alterado em próximo futuro para taxas que se harmonizem com os níveis internacionais.

Situação bancária Embora ao longo de 1960 a parte das reservas de caixa do sistema bancário depositadas no Banco de Portugal tivessem descido de 7 555 000 contos para 7 039 000, o conjunto das reservas de caixa, incluindo as promissórias de fomento nacional, aumentou 318 000 coutos, atingindo 9 829 000 contos no fim do ano. Esse montante excedia em mais de 4 000 000 de contos as reservas mínimas obrigatórias, o que revelava um grande potencial de crédito, não obstante a sua acentuada expansão, especialmente no último biénio.

O reforço da liquidez bancária foi originado pela formação de novos depósitos, com um incremento excepcionalmente elevado: cerca do dobro do que se verificou em média desde 1951, apesar de no biénio 1958-1959 se ter observado considerável acréscimo em relação aos anos anteriores.

Com, efeito, a expansão dos depósitos em 1960 foi de 4 226 000 contos, mais 900 000 contos, números redondos, que a média em 1958-1959, que já excedera em perto de l 500 000 contos a do período de 1951-1957.

O quadro que segue, onde consta a evolução dos depósitos à vista e a prazo desde 1951, em confronto com os saldos da balança de pagamentos e as variações do crédito distribuído pelo sistema bancário, permite chegar, à conclusão de que os depósitos duplicaram no período considerado em grande parte devido ao alargamento do crédito.