Interessa também observar como variaram em 1960 os principais agrupamentos do balanço do Banco de Portugal, sabido que todos se relacionam com o sector monetário.

A evolução do nível das reservas de ouro e divisas acusou o efeito da mudança de sinal da balança de pagamentos, com uma baixa inferior a 4 por mil, mas que parece ter tido uma incidência mais sensível nas reservas de disponibilidades do sistema bancário à guarda no banco emissor, as quais sofreram a contracção

de meio milhão de contos, como já se apontou.

Prosseguiu a marcha expansiva da circulação fiduciária, que atingiu 14 781 000 contos no fim de 1960, com um aumento de 904000 contos, superior em 17 000 contos ao de 1959.

As responsabilidades à vista registaram o acréscimo de 851 000 contos, inferior ao da circulação fiduciária. Assim o conjunto de outras responsabilidades contraiu-se de cerca de 53 000 contos.

As cifras constam do quadro da página adiante.

Balança de pagamentos Principalmente em consequência do agravamento da balança comercial da metrópole e da redução do saldo positivo dos invisíveis correntes, a balança de pagamentos da área do escudo apresentou saldo negativo, o que não se verificava desde 1949.

Embora o desnível tivesse sido muito reduzido - apenas 174 000 contos -, o confronto com o ano anterior mostra um decréscimo de l 319 000 contos no saldo de transacções e movimento de capitais com o estrangeiro. A balança comercial da metrópole apresentou em 1960 um saldo negativo de 4 968 000 contos, superior em mais de meio milhão de contos ao de 1959, mais ainda inferior em 110 000 contos ao que se registou em 1957.

Por seu lado, o resultado das transacções comerciais do ultramar, que no ano transacto traduzira melhoria em relação à média dos anos anteriores, baixou 147 000 contos em 1960, situando-se, no entanto, em l 926 000 contos.

Também decresceu o contributo do conjunto dos invisíveis correntes, que se elevou a 2 587 000 contos em 1960, contra 2 769 000 em 1959, como se verifica no mapa adiante descrito.