Há aumentos em diversas rubricas, além do que se refere às obras marítimas e fluviais, mas de relativamente pequena importância.

Despesas extraordinárias As despesas extraordinárias diminuíram de cerca de 53 825 contos, que se repartiram pela hidráulica agrícola, portos e apetrechamentos hidráulicos, mas a diminuição foi muito mais pronunciada na primeira, como se nota a seguir:

Hidráulica agrícola Ainda se não concluíram as obras hidroagrícolas do I Plano de Fomento, tendo sido gastos em 1960, com este fim, 15 205 contos, além de melhoramentos de regadio, incluindo obras de enxugo e defesa, que importaram em 3880 contos.

A seguir discriminam-se os gastos com hidráulica agrícola em 1960:

As obras hidroagrícolas do I Plano de Fomento, que abrangiam a rega nas campinas de Silves, Portimão e Lagoa, nos campos do Lis, no vale do Sorraia, em Alvor (sapais algarvios) e no paul de Cela (2.º fase), ainda não estão terminadas.

Despenderam-se em 1959 e em 1960, respectivamente, 49 570 contos e 15 205 contos.

Em fins de 1960 haviam ainda cinco empreitadas, que se julga deverem estar concluídas em 1961.

Nos sapais do Alvor procedeu-se em 1960 ao nivelamento de sapais e salinas expropriados, a reparações e à conclusão da estação elevatória dos Montes do Alvor.

Nos melhoramentos do regadio, incluindo enxugo e defesa, utilizaram-se 3880 contos. Esta verba destinou-se a coordenar sistemas de regadio em exploração, melhorar ou criar órgãos de derivação e condução de águas, estabelecer pequenos armazenamentos de água e promover a distribuição da água disponível.

A obra de rega do Alentejo, onde se despenderam já 12 319 contos, ainda mal foi iniciada. O dinheiro gasto em 1960 dirigiu-se para obras preliminares, como estradas de acesso e instalação de estaleiros.

Na hidráulica têm-se utilizado desde o seu início, há mais de vinte anos, somas muito altas. Talvez os serviços pudessem fazer uma investigação cuidadosa dos resultados do dispêndio de tão importantes somas, incluindo o estudo da rendabilidade do investimento, nos aspectos económicos e sociais, e a recuperação, por porte do Estado, das somas despendidas. Um estudo circunstanciado desta matéria, sobre dados reais, obtidos da exploração, poderia elucidar convenientemente um problema que necessita de ser visto à luz de realidades. É uma verba que pesa todos os anos nas despesas extraordinárias, por quantias maiores ou menores, mas sempre presentes. Em 1960 gastaram-se 63 936 contos, um pouco menos do que em 1959.

Como se nota, há despesas em diversos portos, alguns dos quais já figuram nas Contas há muitos anos.

A obra dos portos tem sido morosa. Nos primeiros anos da reconstrução financeira, antes da guerra, fez-se uma emissão especial com destino ao seu financiamento, e depois diversos planos, como o do porto de Lisboa, foram aprovados e financiados.

Este assunto também precisava de ser revisto no sentido de se saber quanto foi gasto nos últimos 30 anos, com a discriminação do uso das quantias despendidas e uma apreciação dos resultados da utilização das elevadas verbas já empregadas.

Os pareceres publicam todos os anos as dotações ou quantias pagas nestas obras, e não há certamente um único, desde o início da sua publicação, em que se não faça referência à despesa com portos.