No conjunto dos 22 distritos sobressaem, além de Lisboa e Porto, os 3 distritos alentejanos, em terceiro lugar Beja (150 200 contos), Évora (131 071 contos), Portalegre (137 681 contos) e Setúbal (138 510 contos).
A proeminência do Alentejo deve-se à sua posição nas comparticipações para estradas municipais e caminhos públicos, em que Beja, Portalegre e Évora ocupam os três primeiros lugares, respectivamente, com 83 389, 82 776 e 73 397 contos. Esta alta comparticipação nos fundos disponíveis para caminhos e estradas municipais é provavelmente devida a trabalhos tendentes a debelar o desemprego endémico que se julga existir naqueles distritos de baixa densidade demográfica.
O problema do desemprego no Alentejo não se resolve, porém, com dinheiro para obras públicas, para caminhos e estradas. Pondo de lado a inconveniência de desviar fundos de melhoramentos rurais mais acentuadamente para determinada zona do País, em detrimento de outras onde são grandes as necessidades, o próprio sistema é defeituoso se não for acompanhado de outras medidas já por diversas vezes indicadas nestes pareceres.
Das comparticipações, no valor de 817 000 contos, para caminhos e estradas nos últimos dezasseis anos, pertenceram aos três distritos do Alentejo cerca de 240 000 contos, ou perto de 30 por cento.
A prosseguir a política do desemprego no Alentejo deveriam ser-lhes adstritos fundos especiais. Deste modo não se prejudicariam zonas de importância económica à espera de serem desenvolvidas por vias de comunicação adequadas.
Há faltas graves neste aspecto nos distritos da Guarda, Vila Real, Viseu, Castelo Branco e outros que necessitam de ser preenchidas.
Só Lisboa e Porto receberam comparticipações superiores a 200 000 contos, mas Beja vai-se aproximando com 150 200 contos em 1960. Entre 100 000 e 200 000 contos há agora doze distritos em vez de nove em 1959 e seis em 1958. O progresso foi grande neste grupo.
Nos outros grupos as cifras são idênticas.