Nos serviços centrais, com a despesa de 3058 contos, mais 7 do que em 1959, a verba mais volumosa é a de pessoal, como se nota a seguir: O aumento nestes serviços, da ordem dos 477 contos, deu-se em quase, todas as rubricas, como se verifica a seguir:

Ensino primário No ensino primário a despesa atingiu 418 734 contos em 1960, mais 12 978 contos do que no ano anterior. Já se mencionou a causa deste aumento, que, em dois anos, atingiu 118 324 contos.

A frequência das escolas primárias tem subido muito nos últimos anos e a diminuição da taxa do analfabetismo reduziu-se. Pelo que se sabe dos números do último ano, ainda não totalmente apurados, a taxa é muito inferior à de 1950. Julga-se não ser superior a 25 por cento.

Considerando agora a despesa da Direcção-Geral, a sua evolução pode ser determinada por índices, na forma que se verifica no quadro onde se inscrevem os valores absolutos e os números índices em relação a 1938: A acrescentar às despesas sucintamente enumeradas e comentadas acima há ainda a de alguns organismos, como a Inspecção do Ensino Particular e a do Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, no total de 2776 contos, a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar (9893 contos), o abono de família (14 435 contos). Todas elas são superiores às de 1959.

Também logo no início desta resenha do Ministério da Educação Nacional se indicaram verbas gastas pelo Ministério das Obras Públicas em edifícios novos, e em conservação e reparação de escolas e outras instalações do ensino e educação. Tem-se escrito muito sobre a situação económica do país e não faltam estudos e inquéritos sobre as causas do estado angustioso de certas actividades e, de um modo geral, da organização económica considerada no seu todo.

Estes pareceres, desde o início, há um quarto de século, e o seu relator, em escritos publicados anteriormente e até em propostas de lei apresentadas à Assembleia Nacional, puseram com a clareza possível, o problema fundamental do desenvolvimento económico dos recursos nacionais. Algumas vezes com ênfase, outras vezes com os cuidados que estes assuntos requerem, por anos e anos de observações e comentários, procurou-se incutir no espírito das classes dirigentes, em todas as esferas sociais, na vida oficial e na vida privada, a necessidade fundamental, para a saúde moral, política e social do país, de procurar exercer um esforço orientador num sentido produtivo.

Pairou muitos anos no espírito nacional a ideia de que o país era pobre de recursos materiais e que o destino o condenara a uma vida social menos do que modesta.

Num país em que a densidade demográfica só agora atingiu 100, em que há distritos com densidades inferiores a 40 (Beja, Bragança, Évora e Portalegre), nalguns dos quais se diz imperar o desemprego endémico, em que só os distritos de Braga, Funchal e Ponta Delgada mostram densidade superior a 200, se forem excluídos os de Lisboa e Porto, haveria certamente lugar para mais intensa actividade e até para dificuldades de mão-de-obra. Mas a morosidade com que se processam esquemas de recuperação agrícola, ou de reorganização industrial, a falta de política orientadora de investimentos, a descoordenação no aproveitamento de recursos, como no caso dos hidráulicos e hidroagrícolas, as incertezas de mercados na colocação de produtos por falta de uma política de exportação convenientemente cerzida na produção e no comércio, uma dissipação confrangedora no destino de investimentos preciosos, a incompreensão em muitos sectores de que só emprego de métodos modernos de produção, no crédito, na indústria e na agricultura e de organização nos serviços de transportes e outros, podem levar a bom termo o esforço