tempo, uma rigidez maior ao movimento geral de descida já assinalado.

Quanto à mortalidade por idades, há um aspecto merecedor de atenção especial - a mortalidade infantil -, pelo que será objecto de análise um pouco mais pormenorizada.

Mortalidade infantil A mortalidade infantil mostrou melhoria acentuada em 1960, porquanto a respectiva taxa, que oscilara entre 84 e 88,6 (por 1000 nados vivos) no quadriénio anterior, sem revelar tendência bem definida, desceu para 77,5. A seguir indicam-se algumas cifras de interesse:

A mortalidade no primeiro mês, ou neonatal, cuja importância relativa cresceu, passou a representar mais de um terço da mortalidade infantil. A taxa de mortalidade neonatal não parece, aliás, revelar desde 1954 qualquer tendência de acentuada melhoria. Por outro lado, observa-se que o acréscimo da mortalidade neonatal foi particularmente sensível na primeira semana de vida após o nascimento. Estes aspectos revestem-se de particular significado em face da tendência actual para uma análise mais pormenorizada da mortalidade infantil, sobretudo a partir da introdução do conceito de mortalidade perinatal, mortalidade no período compreendido entre a 28.º semana de gestação (portanto, incluindo os nados mortos com 28 e mais semanas) e o fim da primeira semana de vida posterior ao nascimento.

A mortalidade perinatal, que parecia mostrar tendência crescente, teve uma redução em 1960.

Estas observações podem ter interesse na medida em que se admitir que a redução da mortalidade infantil a partir de certo nível só poderá derivar da generalização de medidas especiais de carácter profiláctico no campo da higiene e da alimentação, bem como do desenvolvimento da assistência médica e medicamentosa no período perinatal.

O estudo da mortalidade infantil segundo as principais causas de morte permite reforçar esta conclusão:

Com efeito, tal como se depreende do quadro anterior, a gastrenterite, a broncopneumonia e outras doenças que afectam em elevado grau os recém-nascidos são responsáveis por mais de metade da mortalidade infantil.

Além disso, convém ainda notar que as maiores frequências da mortalidade neonatal se acumulam nos extremos inferiores dos períodos considerados. Assim, para 1960, a mortalidade do primeiro dia representou 43 por cento da correspondente à primeira semana; e esta foi equivalente a 54 por cento da mortalidade do primeiro mês.

A possibilidade de redução da mortalidade infantil, conforme já se acentuou no relatório do ano passado, não constitui um problema de saúde pública, em sentido restrito. E, de um modo mais geral, a elevação do nível de vida das populações que condiciona a sua evolução. Mas, seja qual for o ângulo em que a observemos, ela manifesta-se sempre como um problema fundamental do País.

Movimento migratório O escoamento da população metropolitana para outros territórios, nacionais e estrangeiros, baixou em 1960, principalmente em virtude da redução do saldo migratório com o ultramar (de 14 427 para 10 415), uma vez que o saldo com outros países apenas apresentou uma ligeira quebra (de 31 268 para 30 458).

Como é sabido, as migrações para fora da metrópole assumem cifras muito diversas, consoante as regiões consideradas. Não se dispõe da distribuição do saldo migratório segundo os distritos de domicílio habitual dos migrantes, mas sim segundo os distritos de naturalidade.

Mesmo assim, os elementos publicados permitem tirar conclusões do maior interesse sobre a distribuição regional do fluxo migratório, supondo-se que o número de migrantes deslocados dos distritos de naturalidade não representa parcela apreciável.

Deste modo, o saldo migratório de 1960, segundo os distritos da naturalidade, distribuiu-se pela seguinte forma, em relação ao conjunto da metrópole:

Ilhas adjacentes .............. 11 436

Observando mais pormenorizadamente, verifica-se que o saldo migratório com o ultramar pertenceu quase exclusivamente as duas primeiras regiões, repartido em partes iguais para cada uma, mas, enquanto ao norte do Douro esse saldo representou 41 por cento da corrente migratória regional, na zona compreendida entre o Douro e o Tejo apenas correspondeu a 32 por cento; os distritos de Vila Real e Bragança contribuíram, só por si, com 31 por cento do saldo migratório com o ultramar; a migração das ilhas adjacentes dirigiu-se quase toda para o estrangeiro.

Também se revestem do maior interesse os níveis profissional e cultural dos emigrantes. Assim, do ponto de vista profissional, a população activa que se dirigiu para outros países (12 854 pessoas) repartiu-se entre 64 por cento com profissão no sector primário (quase todos agricultores), 22 por cento no sector secundário (um pouco mais nas indústrias transformadoras do