que na construção) e 14 por cento nas actividades terciárias (especialmente comércio e transportes). Quanto ao ultramar, não se dispõe deste elemento.

Do ponto de vista cultural, a incidência do analfabetismo foi maior no saldo migratório com o ultramar do que em relação ao estrangeiro - 30 contra 12 por cento -, o que constitui motivo de apreensão quando se encara o desenvolvimento económico e social dos territórios ultramarinos. A preponderância, já anotada, de certas regiões menos desenvolvidas do País no povoamento do ultramar, pode ser uma explicação para o facto. Em números absolutos, houve, no entanto, mais analfabetos entre os emigrantes, o que não admira, visto que eles representaram o triplo do saldo migratório com o ultramar. A distribuição do saldo da emigração pelos principais países que recebem emigrantes portugueses mostra algumas variações significativas:

A emigração para o Brasil continuou a ocupar o lugar de maior relevo, mesmo em relação ao saldo migratório com o ultramar, se bem que a sua posição relativa tenha sofrido novo golpe com a redução de 3698 emigrantes, consecutiva à que se verificara no ano antecedente, da mesma ordem de grandeza.

Dos restantes destinos destaca-se o sentido crescente da emigração para os Estados Unidos da América e para o Canadá, considerada, para este último, a evolução a partir de 1958.

Exceptuando o escoamento demográfico para o ultramar, é o Brasil que, pelas suas características étnicas e linguísticas, mais deve interessar, dos pontos de vista sociológico, cultural e político, à emigração portuguesa, pelo que se terá de lastimar, uma vez mais, a perda da posição relativa daquele país.

No entanto, na composição da imigração no Brasil, de acordo com as estatísticas brasileiras, a participação relativa de imigrantes portugueses no total não diminuiu entre 1957 e 1959, se bem que tenha baixado no triénio anterior. As percentagens foram as seguintes:

1954 ................ 41,6

Quanto aos emigrantes retornados, foca-se de novo o caso da Venezuela, com 433 (mais 116 do que em 1959). Este número correspondeu a 11 por cento da cifra dos que em 1960 se destinaram àquele país - o que denota as dificuldades para uma adaptação com sólidas raízes. Segue-se o Brasil, com quase 8 por cento de emigrantes retornados. Dos restantes países indicados no quadro, o regresso foi mínimo ou, como no caso da Franca, não se verificou. O saldo líquido do movimento com as províncias ultramarinas tem o seu principal significado quanto a Angola e Moçambique. Nas restantes províncias a fixação de metropolitanos tem sido reduzida e, por vezes, o resultado final tem-se mostrado negativo. Em 1960, a distribuição dos saldos migratórios, com excepção de Angola e Moçambique, foi a seguinte:

S. Tomé e Príncipe ...... 264

E em relação às duas maiores províncias africanas que se anotam algumas observações.

Conforme o quadro seguinte demonstra, a fixação de metropolitanos em Angola tem sido mais rápida do que em Moçambique, embora o desequilíbrio numérico se tenha esbatido sensivelmente nos últimos anos. Mas esta tendência mostrou-se contrariada em 1960, em que a diferença foi largamente favorável a Moçambique.