Os agrupamentos não pretendem ser perfeitos, mas dão uma ideia geral do critério que muitas vezes, por força de circunstâncias que escapam ao querer, se convertem em necessidades. Para mais facilmente apreender o significado das cifras do quadro publicam-se a seguir os agrupamentos sem pormenores: A situação do ultramar influenciou fortemente a distribuição das despesas extraordinárias, tal como normalmente se faz nestes pareceres. Na defesa nacional a percentagem de 29,6 é em grande parte preeenchida por necessidades ultramarinas. Mas onde se nota mais influência do novo estado de coisas é na rubrica "Obras e aplicações diversas", onde se englobam subsídios e empréstimos concedidos no ultramar. A percentagem, que o ano passado fora de apenas 10,3, elevou-se para 29,8, a maior de todas, com um total de 1 061 449 contos. Adiante se esmiuçará esta verba.

Vejamos agora rapidamente o destino das verbas de cada um dos agrupamentos. Em obras e aplicações diversas, num total de 1 061 449 contos, como se viu acima, podem distinguir-se diversos grupos. Convém reter dois.

Um diz respeito a empréstimos e subsídios reembolsáveis ao últramar e contém as seguintes rubricas:

ontos

Subsídio reembolsável a Cabo Verde ........ 105 000

Subsídio reembolsável a Timor ............. 42 000

Subsídio reembolsável a Macau ............. 20 500

Num total de 1 061 450 contos, o que é pelo menos teoricamente reembolsável sobe a 927 500 contos. Estas quantias foram em grande parte destinadas ao Plano de Fomento. A diferença, ou 133 950 contos, representa diversas aplicações, entre as quais se destacam o cadastro geométrico (28 851 contos), o reapetrechamento de escolas (15 000 contos), a investigação científica (32 947 contos), o auxílio a bancos (20 000 contos), e ainda as comemorações do 5.º centenário da morte do infante D. Henrique (12 504 contos). Outras verbas são de menor valor. As despesas extraordinárias com a defesa nacional subiram este ano para 1 053 608 contos, um pouco menos do que um terço. Estas despesas estão relacionadas com o ultramar na sua grande parte. Assim, cerca de 60 por cento do total das despesas extraordinárias referem-se a auxílios económicos e militares às províncias ultramarinas, onde a situação não melhorou durante o ano devido, como se informou no parecer do ano passado, a pressões de natureza externa. As comunicações utilizaram verbas no valor de 553 062 contos, ou 15,6 por cento.

A verba maior, de 301 250 contos, refere-se a estradas. Inclui 3750 contos gastos no plano dos Açores, que deve estar a terminar.

O aeroporto de Lisboa utilizou 132 195 contos. Julga-se que as obras estarão terminadas no ano próximo. Em portos, a despesa foi de 75 617 contos, e já se deram indicações sobre os trabalhos em curso ao examinar as despesas ordinárias dos serviços hidráulicos no Ministério das Obras Públicas. Esta rubrica aparece todos os anos com somas elevadas, quase desde o início da reforma financeira.

Há duas verbas de interesse. Uma, de 16 000 contos, diz respeito ao plano de melhoramentos da cidade do Porto. Esta verba não se refere apenas a comunicações. A outra é reembolsável e diz respeito à construção de um novo cais no porto da Beira. No fomento rural incluíram-se as obras e melhoramentos relacionados com as actividades rurais, tais como 108 878 contos na arborização de serras e dunas; a viação rural, conforme plano recentemente aprovado;