O ritmo de aumento tornou-se mais acelerado nas importações, com a consequente elevação nos deficits da balança comercial. Considerando todas as províncias ultramarinas, o desequilíbrio no comércio externo consta do quadro a seguir;

A cifra do desnível em 1960 é sensivelmente idêntica à de 1959. Há apenas a ligeira diferença de 500 contos. Parece terem sido feitos esforços durante este ano para travar o ritmo ascensional do déficit comercial, apesar de no exame das condições que prevaleceram em cada uma das províncias se notarem alguns agravamentos importantes, como no caso da Guiné. Esta sumária análise do comportamento do comércio externo no conjunto do espaço económico português não pode mostrar as particularidades de cada uma das províncias, mas dá elementos sobre a projecção da sua influência no comércio internacional, embora tenham de ser feitas correcções sobre a influência do comércio entre os diversos territórios nacionais.

Por outro, lado, o exame das receitas de cada província ultramarina mostra a influência dos imposto directos no seu conjunto. Em impostos indirectos [...] direitos aduaneiros que recaem sobre a importação exportação formara uma percentagem substancial.

Publica-se, a seguir, um quadro que indica as importações e exportações e os saldos de todos os territórios nacionais em diversos anos:

O caminho andado desde 1938, até considerando a desvalorização da moeda, tanto nas importações como nas exportações, atinge proporções muito grandes.

O total da importação no ultramar passou de 976 000 contos para 11 877 000 contos, e o das exportações subiu de 728 000 contos para 7 794 000 contos, ou doze e dez vezes mais, num e noutro caso. O progresso mais acentuado na importação trouxe agravamento nos saldos, que de 248 000 contos em 1938 passam para perto de 4 100 000 contos em 1960. Não é possível reduzir apreciavelmente as importações. Antes se devem esperar aumentos sensíveis nos próximos anos.

Estes acréscimos derivarão de causas diversas e entre eles merecem referência especial as compras cada vez mais acentuadas de utensilagem para fomento económico e a melhoria de consumos que não são produzidos dentro dos territórios. O problema do comércio externo revestirá pois acuidade maior no próximo futuro. Convém desde já prever as medidas essenciais ao amortecimento da sua interferência no conjunto do espaço económico nacional.

O exame das cifras do quadro acima transcrito revela a posição altamente deficitária de Moçambique. É um fenómeno normal, que provém do elevado nível das suas importações, sem correspondência no que exporta.

Todos os anos se menciona este fenómeno no parecer e se indica que a província tem meios de atenuar o seu elevado déficit comercial. Em 1960 houve pequena melhoria na exportação e também ligeira queda nas im portações, o que permitiu um déficit da ordem do de 1959. Mas o desequilíbrio ainda é grande. Adiante se farão, mais pormenorizadas referências ao assunto.

A Guiné continua em crise, que se agravou em 1960, visto o déficit ter subido de 44 700 contos para perto de 200 000 contos, apesar dos esforços despendidos, com investimentos volumosos no sentido de o atenuar.

Dois territórios melhoraram os seus resultados - o de S. Tomé e Príncipe e o da Índia.

No primeiro caso o saldo subiu para 76 400 contos. Embora ainda menos do que em certos anos anteriores, mostra no entanto apreciável melhoria em relação a 1959.

O Estado da Índia apresenta pela primeira vez saldo positivo, que, embora pequeno (2100 contos), anuncia a