O pequeno índice de Cabo Verde indica a pobreza e as dificuldades que têm assoberbado a província. O elevado índice de Angola e de Moçambique mostra o desenvolvimento das duas províncias. E nos últimos anos a subida do Estado da Índia foi devida à exploração de minérios de ferro e manganês.

O caso da Guiné, com um índice de aumento de receitas da ordem dos 404, em acentuada descida nos últimos três anos, necessita de ser visto em maior pormenor. Revela dificuldades de produção e, possivelmente, de acentuada baixa de preços dos géneros exportados, em que influi consideràvelmente o amendoim.

O índice de todo o ultramar ultrapassou a casa dos 1000 pela primeira vez. Acima dele só se situa Moçambique, devido aos serviços autónomos; e Angola, com 979, e a Índia, com 907, são os que mais se aproximam.

As receitas ordinárias, embora em progresso, estão aquém das necessidades dos territórios de além-mar. Para a subida dos índices até cifras razoáveis é indispensável concentrar os esforços no desenvolvimento da produção interna e na criação de mercados que a absorvam.

Origem das receitas ordinárias Os capítulos orçamentais de maior volume de receitas são, por ordem decrescente, o das consignações de receitas, os impostos indirectos e os impostos directos. Mas o das consignações atinge quase 50 por cento e tem vindo a aumentar nos últimos anos.

À parte outros factores de menor importância, o desenvolvimento dos serviços autónomos em Moçambique, em especial os portos e caminhos de ferro, são responsáveis pelo grande volume das receitas deste capítulo.

Com efeito, em 1938, no último ano antes da guerra, as consignações de receitas apenas comparticipavam, no conjunto, com 5,1 por cento. Naquele ano os impostos directos e indirectos representavam 60,4 por cento do total. As proporções modificaram-se muito, como se nota a seguir:

As variações entre os dois anos extremos deram-se essencialmente nos três capítulos mencionados e um pouco, mas em muito menor proporção, no das taxas.

Não parece poder haver modificações substanciais nos próximos anos, dada a importância crescente dos transportes para países vizinhos, e em consequência da sua utilização em escala maior.

Nos dois anos extremos a influência das consignações de receitas, dos impostos indirectos e directos, torna-se clara nos números que seguem.