sobretudo nos primeiros anos, não foram de molde a permitir evolução económica mais acentuada. Tirando o desenvolvimento dos serviços autónomos em Moçambique, a produção não evolucionou no ritmo que seria de desejar, e daí atrasos no desenvolvimento da receita.

A aceleração da subida do índice nos últimos anos é digna de registo e espera-se que, com novas inversões de capitais, melhorem apreciavelmente os receitas, que atingiram o máximo em 1960.

Receitas extraordinárias Também se notam nas contas de 1960 aumentos substanciais no grande capítulo das receitas extraordinárias. Elas são formadas em geral por empréstimos metropolitanos, por saldos de anos económicos findos e por quantias de outra origem. A grande fonte destas receitas durante certo tempo concentrou-se nos saldos de exercícios findos, mas ultimamente a origem de maior relevo está nos empréstimos.

O uso de receitas extraordinárias deverá ser condicionado à sua reprodutividade, porque em especial ultimamente elas têm origem em grande parte nos empréstimos. É preciso que a sua reprodutividade assegure o pagamento do serviço dos empréstimos contraídos por um aumento razoável da carga fiscal.

A escolha dos fins e objectivos no seu emprego deve constituir motivo para a ponderação de estudos e projectos cuidadosamente concebidos e subordinados a princípios de reprodução tão imediata quanto possível.

A evolução das receitas extraordinárias no ultramar tem sido errática, como se nota no quadro a seguir, que as mostra em todas as províncias ultramarinas e na metrópole desde o longínquo ano de 1938:

(a) Inclui os saldos dos resultados apurados nas contas de exercícios anteriores a 1956 (664 446 contos)

Adiante, ao tratar-se da conta de cada província ultramarina, e no parecer da metrópole, se indicarão mais pormenores sobre a origem das receitas extraordinárias. Como elas, nos últimos tempos, provêm em grande parte de empréstimos, os quantitativos das dívidas das províncias ultramarinas estão intimamente ligados ao seu nível em cada ano.

Uma análise do período 1938-1960 mostra baixo quantitativo de receitas extraordinárias até 1952. Neste ano mal ultrapassavam 500 000 contos no ultramar. Em 1960 já o total vai caminhando para quatro vezes mais.

Não devem ser considerados, para efeitos de comparação, os anos de 1955, 1956 e 1957, porque nestes anos se deram alterações na contabilização, como largamente se explicou já em pareceres anteriores.

No que respeita aos quantitativos das províncias, considerados individualmente, nota-se a grande influência de Angola e Moçambique, com mais de 750 000 contos cada uma, ou 1 517 700 contos, num total de 1 793 900 contos. A situação de Cabo Verde tem requerido o investimento de quantias cada vez maiores. De um modo geral, é de notar a intensificação de investimentos em todo o ultramar.

Receitas do ultramar e da metrópole Somando todas as receitas ordinárias e extraordinárias do continente, ilhas e ultramar, obtêm-se perto de 20 000 000 de contos, como se verifica a seguir, discriminadamente:

A cifra não é estritamente exacta, porque no orçamento da metrópole em receitas há investimentos que