As cifras contêm as importações e exportações de óleos combustíveis para consumo da navegação. Têm sabor mais amargo quando se olham apenas as que se referem à província, isto é, quando se deduzem das cifras totais as relativas à importação e exportação de óleos combustíveis e outros. Os números que seguem exprimem desde 1953 deficits da balança de comércio da província:

O déficit de 1960 (menos. 169 000 contos) é o maior até hoje. Mostra a delicadeza e gravidade da economia de Cabo Verde. Neste ano o déficit, quase o dobro do do ano passado, aproximou-se do valor da importação, e foi nove vezes superior ao valor da exportação.

E de notar nas cifras que os investimentos em escala relativamente elevada nos últimos anos não influíram em nada na exportação. A de 1960 foi a mais baixa desde 1953. Incluindo os óleos para abastecimento da navegação, a importação total eleva-se a 348 800 contos, que desce para 187 000 contos se aqueles forem excluídos. No quadro já transcrito acima, a importação, que fora de 77 600 contos em 1903, subiu para 187 000 contos em 1960.

A província importa uma grande variedade de produtos para consumo interno. Entre eles sobressaem os tecidos e produtos alimentares.

Nos dois últimos anos as importações dos principais produtos foram:

Vê-se na importação de milho a gravidade da falta de chuvas. Esta importação, que se elevara a 9265 contos em 1959, subiu para 35 516 contos em 1960. Outros géneros alimentícios também entraram em maiores quantidades, como o açúcar, o feijão, a farinha de trigo, o arroz e até os vinhos.

No conjunto a importação de géneros alimentícios passou de 38 483 contos em 1959 para 87 805 contos, índice de 228 por cento.

Felizmente que o resto da zona do escudo - a metrópole e o ultramar - estão em condições de suprir as faltas de Gabo Verde. O auxílio em abastecimentos desta província pelo mercado nacional estende-se a produtos alimentares e industriais, como tecidos e outros. Dos 187 000 contos de importações em 1960 vieram de territórios nacionais 145 767 contos. Couberam às províncias de além-mar 60 300 contos, representados por produtos alimentícios, como milho em grão, arroz, feijão, açúcar e outros.

A metrópole enviou os tecidos, os vinhos e diversos produtos manufa cturados. A seguir indica-se a origem das importações cabo-verdianas:

A parte relativa ao estrangeiro refere-se, em grande parte, a óleos combustíveis para a navegação. Viu-se acima que a exportação total, incluindo abastecimentos à navegação, se elevou em 1960 a 306 477 contos. Destes, pertencem a navegação 288 178 contos.

As cifras do comércio derivado da entrada de navios no porto de S. Vicente têm-se avizinhado de 300 000 contos, o que já é sensível na economia da província em especial na daquela ilha. São de esperar sensíveis progressos, sobretudo se for levada a efeito a construção de uma refinaria e um programa de instalações industriais com ela relacionadas.

As exportações de produtos ilhéus, provenientes de actividades agrícolas e das indústrias locais, não passaram de 18000 contos, como se viu acima. É uma cifra muito baixa, aquém das possibilidades reais da província. Os principais produtos exportados consistem em café, peixe, sal e, ultimamente, bananas, embora ainda em pequena quantidade.

A seguir publicam-se, para os três últimos anos, a cifras, em contos, das exportações de alguns desse produtos:

[ver quadro da tabela]