O peixe tem-se mantido. A indústria devia ter-se desenvolvido e tem grandes possibilidades para isso.

A quebra do café deve ser derivada da insuficiência de chuvas. O café de Cabo Verde é conhecido pela sua qualidade e muito apreciado. Se fosse possível intensificar a sua produção, não haveria dificuldades de mercado.

Não se vê bem a razão da pequena exportação de sal. É de notar que a venda dê água ultrapassou em 1960 a exportação de café. As bananas, que ainda há poucos anos figuravam na exportação com cifras diminutas, já caminham para os 3000 contos. Parece que a falta de chuvas não afectou a sua produção em 1960.

A metrópole é o melhor mercado de Cabo Verde. A província vendeu-lhe cerca de 12 385 contos, dos 18 000 contos já mencionados.

A seguir dá-se a repartição das exportações:

Para a metrópole vem o café, as bananas e outros produtos. A navegação consome todos os óleos importados, a água e abastecimentos de frescos, cuja exploração poderia ser muito melhorada na ilha de Santo Antão.

Balança de pagamentos A remessa de escudos metropolitanos sob a forma de empréstimos e subsídios tem amparado a balança de pagamentos de Cabo Verde.

Em 1960 o movimento de divisas foi como segue:

Contos

As cifras indicam um saldo positivo de 23 671 contos, que se compara com 5678 contos em 1959.

E certamente paradoxal esta situação. A um aumento de déficit da balança comercial correspondeu melhoria sensível na balança de pagamentos.

Um pequeno quadro elucida, em milhares de contos, o que se passou nos últimos dois anos:

Nos dois anos de 1959 e 1960 os cambiais em moeda nacional (escudos metropolitanos) tiveram um aumento de 45 300 contos nas entradas e de 21 400 contos nas saídas, de que resultou o saldo positivo de 24 000 contos. Assim, da metrópole entraram na província 170 700 contos, números redondos, nos anos de 1959 e 1960.

Em moeda estrangeira cifras idênticas são, respectivamente, 3600 contos e 9500 contos, deixando o saldo negativo de 5900 contos.

Deste modo, o saldo positivo de cambiais foi de 24 000 contos.

Em 1959 o saldo positivo, de 5678 contos, é formado pelo saldo negativo de escudos metropolitanos de 5931 contos e pelo positivo de moeda estrangeira de 11609 contos. Em 1960 o saldo positivo aumentou para 23 671 contos e é formado por 17 971 contos a mais de escudos metropolitanos e 5700 contos de moeda estrangeira. A província em 1959 teve um déficit de escudos metropolitanos da ordem dos 5900 contos e um saldo positivo de cambiais estrangeiros da ordem dos 11 600 contos: Em 1960 o saldo positivo de escudos metropolitanos foi de 16 000 contos e o de moeda estrangeira dê 5700 contos. Nas moedas estrangeiras predominam os dólares dos Estados Unidos (15 584 contos) é as libras inglesas (12266 contos).

A remessa de escudos metropolitanos é destinada às obras e estudos em curso e pagamento das exportações.

O saldo de cambiais estrangeiros serve para liquidar serviços, principalmente na navegação, e também provém de remessas de emigrantes, principalmente nos Estados Unidos, ilha da Trindade, Venezuela e outras zonas. As receitas totais em 1960, ordinárias e extraordinárias, elevaram-se a 185 051 contos, contra 101 832 contos em 1959 (mais 83219 contos). O aumento deu-se em grande parte nas receitas extraordinárias - mais 78 682 contos.

Também aumentaram muito as despesas, que atingiram 178 401 contos - mais 81 111 contos do que em 1959. Em ambos os casos o desenvolvimento deu-se no orçamento das receitas e despesas extraordinárias. Em 1960 as cifras são:

O saldo de contas, que é a diferença entre as receitas e despesas, ordinárias, elevou-se a 6650 contos.

Ao tratar dos investimentos e do plano de fomento far-se-ão alguns comentários sobre o acréscimo das receitas e despesas extraordinárias.