Parece que os planos de fomento e o gasto de somas elevadas ainda não influem no comércio externo. Mantêm-se os déficit a, cada vez mais acentuados nos últimos anos.
Possivelmente a influência desses planos repercute-se na produção para consumo interno, e se assim for hão-de naturalmente ter melhorado o nível de vida. Mas não se possuem elementos para fazer esta afirmação.
Já se disse em pareceres anteriores que o mal de que enferma esta província é a sua dependência, em matéria de trocas externas, da exportação de dois produtos, ou talvez com mais propriedade se possa dizer de um único produto, que é o amendoim. E no que diz respeito a cons umos, a metrópole ocupa um lugar quase exclusivo. Mas o comércio importador é quase totalmente feito com o estrangeiro. De modo que a economia da Guiné, nas suas relações com a zona do escudo, é altamente deficitária.
A situação agravou-se muito este ano, como se verificará adiante.
Não haverá possibilidade de modificar este estado de coisas e melhorar o sentido das .trocas comerciais?
Parece que os planos de fomento deviam ser orientados num sentido de utilidade imediata, num sentido que procurasse aumentar a produção de géneros exportáveis, e que a importação se desviasse, na medida do possível, para a metrópole.
Comércio externo
Em 1960 aumentou o volume e o valor da importação de mercadorias, e diminuiu também em volume e valor a sua exportação. E os aumentos e diminuições são -muito grandes, o que trouxe um déficit que ultrapassa por muito os deficits de anos anteriores. Há qualquer coisa que não joga bem neste fenómeno de contínuo aumento de déficit e em proporção tão alta como em 1960, visto ter atingido 196 027 contos, no dizer da estatística. O déficit foi muito superior à exportação.
O quadro a seguir dá a súmula do comércio externo desde 1953, com os números corrigidos:
A situação começou a piorar em 1957. Desde então os deficits têm sido sempre superiores a 40 000 contos. Mas a subida para quase cinco vezes mais, ou 196 000 contos, números redondos, ultrapassa todas tis previsões. Também se não compreende bem o aumento de importações, que de 243 000 contos em 1959 passaram para 322 000 contos. A não ser que se tivesse dado um grande surto nos consumos ou importado apetrechamento industrial ou agrícola de relevo.