A conjugação dos dois factores aliviou o déficit.

Mas é interessante fazer notar que, apesar do decréscimo do valor dos produtos importados e exportados, o quantitativo de uns e outros aumentou apreciavelmente.

Assim, o peso da importação subiu para 520 500 t, mais 85 400 t do que em 1959, e também se exportaram mais 292 700 t do que naquele ano. Quer dizer: um simples golpe de vista parece demonstrar que a intensidade do comércio externo, traduzida em tonelagem, progrediu bastante. No ano de 1960, numa longa série de anos, o volume da importação e da exportação atingiu um máximo.

O quadro seguinte revela este facto:

Os preços unitários desceram bastante, mais na importação do que na exportação, embora se tivesse feito sentir a sua influência neste caso.

As diferenças, sempre em relação a 1959, são de 1609$ e 839$. Quer dizer: a baixa no preço unitário da importação foi quase o dobro da exportação, o que auxiliou muito a balança do comércio.

Apesar disto, esta divergência, favorável a província, das baixas nos preços unitários, ainda não compensou os desvios anteriores. O preço unitário da exportação é de 6866$ em 1953, que se reduziu para 2774$ em 1960; idêntico valor nas importações, com um máximo em 1958 de 9285$, apenas desceu para 7051$ em 1960. A composição da matéria exportada influiu no preço unitário respectivo, porque nos dois últimos anos se deu incremento na produção mineira e consequente exportação de minérios de ferro, pobres de valor.

Deve notar-se que a safra mineira tem outros aspectos altamente proveitosos, derivados da sua influência na mão-de-obra e nos transportes, que devem ser levados em linha de conta numa apreciação da sua influência no decréscimo do valor unitário da exportação. Parece, neste aspecto, que a interferência da industria mineira na economia provincial deverá ser muito maior ainda nos anos mais próximos, dadas as possibilidades já reconhecidas.

A exportação de produtos minerais pesa actualmente na balança do comércio por cerca de 700 000 contos, que se desdobram na forma que segue:

Minério de ferro .......... 151 553

Em 1960 houve progresso na exportação de minérios de ferro, manganês e cobre em bruto, e uma diminuição de 100 000 contos nos diamantes. As tendências para o futuro são no sentido de melhores valores no ferro, no manganês e, possivelmente, no cobre e em outros minérios. A evolução económica de Angola deduz-se das cifras seguintes, que dão, em milhares de contos, o movimento das importações e exportações durante largo período de anos:

Nota-se no quadro um sentido ascendente acentuado, tanto no valor das mercadorias entradas como no das saídas. No largo período que decorreu desde 1938 o Mundo sofreu tremendos abalos de natureza política e social, com repercussões imprevisíveis ainda há anos na economia africana. Desvalorizações de moedas, 'desdobramentos de mercados, progressos consideráveis em fabricos e outras operações económicas, alteraram substancialmente o panorama do comércio internacional. Mas influíram tanto na importação como na exportação. O que se observa na análise das cifras é, porém, um aumento proporcional muito maior nas importações, que em 1960 são perto de 16 vezes, em contos, as e 1938, enquanto no caso das exportações o multiplicador é da ordem de 10,5. Se por um lado este grande incremento na importação mostra maiores consumos e mais intensa e aperfeiçoada vida social, por outro lado o que se passa com a exportação indica dificuldades periódicas, que, infelizmente, atingem a economia dá província. Já se fez notar que as importações diminuíram perto de 100 000 contos em 1960 e que este facto melhorou o déficit da balança do comércio. Também se notou que a diminuição em valor das importações se produziu num maior volume de entradas. O peso de mercadorias importadas subiu para 520 5321, mais 85 4201 do que no ano anterior. Assim, o preço unitário desceu muito, como se viu acima, e o número-índice relativamente a 1938 atingiu o seu máximo, como se0