nota no quadro seguinte, que dá a evolução das importações e o preço unitário nos diversos anos mencionados:

Não é possível, como seria útil, relacionar a evolução do comércio importador com o crescimento da população branca e indígena, dado o longo espaço de tempo considerado e a incerteza dos números disponíveis. Mas sem se poder demonstrar, pode dizer-se que o aumento, na tonelagem e no valor, assegura uma intensidade económica que se reflecte nas condições de vida de toda a população. Nas importações, desdobradas por classes pautais, aparelhos, máquinas, veículos, etc., ocupam o primeiro lugar, com 32,8 por cento, seguidos pelas manufacturas diversas, com 21,6 por cento, e pelas substâncias alimentícias, com 19,4 por cento. As matérias-primas e os fios e tecidos preenchem o resto, com, respectivamente, 13,6 e 12,5 por cento. A proporção que compete às matérias-primas aumentou, e possivelmente assim continuará a ser no futuro, dada a gradual industrialização, que pode ser intensificada. A seguir indicam-se, repartidas por classes pautais, as importações de Angola:

Não se vê que possa haver grandes diminuições no valor das importações. Em 1960 quase todas as classes pautais acusam menores valores, embora seja pequena a diferença em relação a 1959. Mas deve atentar-se em que a província atravessa um surto de progresso que requer a entrada de matérias-primas, máquinas e manufacturas de diversa espécie. Mas serão ainda durante bastante tempo os produtos industriais os principais elementos na importação. Em 1960 ultrapassaram 2 500 000 contos.

Quanto ao preço unitário, a última coluna do quadro mostra que houve diminuição sensível nas matérias-primas, de 2100$ para 1500$. Foi esta rubrica que influiu no preço unitário final.

Principais importações E tradicional a influência dos tecidos de algodão nas mercadorias importadas. Houve melhoria sensível em 1960., mas eles ainda pesam no total por cerca de 431 000 contos, menos 34 000 contos do que 'em 1959.

O valor dos tecidos importados tem diminuído nos últimos anos, embora lentamente, apesar de tender a aumentar o consumo. A indústria local já supre necessidades internas, embora em pequena escala.

A seguir inscrevem-se as importações de maior valor de alguns produtos:

Das três rubricas de mais relevo, os tecidos são a de maior volume. Os vinhos e outras bebidas e os automóveis de passageiros e carga vêm a seguir, ambas com menores valores, embora acima de 200 000 contos cada uma.

Uma das causas da redução de cerca de 100 000 contos nas importações derivou de se ter importado muito menos do que em 1959. Entrou maior número de automóveis de carga e passageiros. O aumento em valor andou a roda de 21 000 contos, num total gasto que atingiu 267 000 contos.

Continua em aberto a possibilidade da produção interna de muitos produtos agora importados por somas que pesam sensivelmente na balança do comércio.

Alguns já se nomearam nestes pareceres, como o leite em pó, de que se importaram 43 704 contos, a manteiga (21 902 contos), o queijo (13 117 contos), n farinha de trigo (55 003 contos) e o calçado (36 063 contos).

A iniciativa local poderia reduzir em poucos anos a importação de algumas centenas de milhares de coutos, em produtos que se adaptam com relativa facilidade à existência de matérias-primas e outras condições locais.