A receita dos serviços autónomos, com influência já hoje na vida financeira de Angola, depende muito da exploração dos portos e caminhos de ferro.

Esta exploração teve a receita de 166 848 contos era 1906, que subiu para 208 979 contos em 1960, mais 92 131 contos. Embora ainda se não possa comparar com idêntica receita em Moçambique, deve considerar-se que o caminho de ferro que produz maiores receitas - o de Benguela - é administrado por uma empresa particular. Angola atravessa um período de despesas crescentes, até sem considerar o grande desenvolvimento dos últimos anos nos serviços autónomos. Em 1954 as despesas ordinárias mal ultrapassavam o milhão de contos. Em 1960 atingiram 1 868 000 contos.

Razões de vária ordem explicam esta rápida evolução nos castos, e entre elas pode salientar-se melhor ocupação da província e reforço de verbas relacionadas com o fomento económico, além de necessidades de defesa compreensíveis.

O aumento de despesas não se deu apenas nos gastos ordinários. A execução de novos projectos de transportes ferroviários e por estrada, a produção de energia e esquemas de rega e colonização obrigaram a maiores dispêndios.

Em 1960 as despesas totais foram as que seguem:

O acréscimo de 207 950 contos em 1960 vem a seguir a quase 200 000 contos em 1959, sempre em relação a anos anteriores. São mais de 400 000 contos em dois anos.

Até agora tornou-se possível amparar este grande desenvolvimento com receitas ordinárias, mas em breve poderá acontecer que as circunstâncias exerçam pressão sobre os recursos disponíveis. A Administração deve estar atenta aos acontecimentos financeiros, porque o equilíbrio nas contas é fundamental para a saúde económica da província. O desenvolvimento da despesa foi quase geral. Apenas dois capítulos orçamentais acusam menores gastos, por quantias muito pequenas. Todos os outros elevaram a sua despesa, alguns por somas altas, embora, como no caso dos serviços de fomento, deva ser tido em conta que a despesa inclui a dos serviços autónomos e que o grande aumento registado provém deles.

A seguir desdobram-se as despesas ordinárias e na última coluna inscrevem-se as alterações sofridas em 1960, em relação a 1959:

A dívida da província, os encargos gerais e os serviços militares mostram aumentos de despesa apreciáveis, que concorreram para o grande avanço notado em 1960. Convém excluir do conjunto de despesas a doa organismos autónomos, de modo a ter ideia da despesa ordinária dos serviços e assim determinar o que lhes compete no aumento total.

A seguir indicam-se as despesas, calculadas deste modo:

A despesa ordinária sem os serviços autónomos reduz-se para l 371 788 contos e o aumento passou a ser de 102 108 coutos, visto ter havido o acréscimo de 61 078 coutos naqueles serviços. Pode apresentar-se a conta do modo seguinte:

A maior valia entre as receitas e as despesas ordinárias, excluindo os serviços autónomos, reduziu-se para 98 149 contos, o que é baixo se forem consideradas as diferenças que existiam no passado.