mações de natureza económica e financeira que impelem a província para um futuro de actividades mais intensas.

O facto de uma parte substancial do aumento da despesa ordinária pertencer aos serviços autónomos não. invalida a realidade financeira. Pode 'antes pôr de sobreaviso o Governo provincial sobre os perigos que adviriam de acontecimentos que influíssem na diminuição das actividades dos meios de transporte e comunicações oferecidos por Moçambique a países vizinhos.

A diversificação das fontes de receita, com especial interesse no desenvolvimento da produção agrícola e industrial, será o melhor antídoto contra crises políticas ou económicas em países vizinhos que utilizam hoje em larga escala os caminhos de ferro e portos moçambicanos.

Diluir por todas as formas prováveis de actividade as receitas e despesas da província é motivo de estabilidade que disseminará prejuízos derivados de acontecimentos alheios à vida provincial.

As despesas públicas totais em 1960 elevaram-se a 4 640 992 contos, mais 549 978 contos do que em 1959. O aumento foi muito grande. Mas deve ter-se em conta que as despesas extraordinárias subiram 152 775 contos.

As despesas totais repartem-se como segue:

No quadro mostra-se que o maior aumento se deu nas despesas ordinárias, ou 397 203 contos, e que, embora mais modesto, o acréscimo das despesas extraordinárias atingiu 152 775 contos.

No caso das despesas ordinárias convém fazer a destrinça do que pertence aos serviços autónomos, porque, como se viu na apreciação das receitas, eles representam percentagem elevada dos recursos da província.

A seguir indicam-se as despesas ordinárias propriamente ditas da província as dos serviços autónomos e as extraordinárias: Como já se fez notar anteriormente, as despesas dos serviços autónomos são maiores do que as da Fazenda, que se referem a todos os outros serviços. De facto, aos serviços autónomos correspondem 59,5 por cento das despesas ordinárias.

O grande aumento destas, em 1960, deve-se justamente aos serviços autónomos, como se observa nos números a seguir:

Num aumento total de 397 203 contos nas despesas ordinárias pertencem 227 065 contos aos serviços autónomos. O acréscimo nos serviços reduziu-se, pois, para 170 138 contos, menor do que o do ano anterior. Convém, observar o comportamento das receitas em relação às despesas e, neste caso, têm maior interesse as receitas e despesas ordinárias da Fazenda, isto é, sem os serviços autónomos. São elas que representam a evolução da carga fiscal e dos gastos dos serviços.

Compilaram-se as cifras das receitas e despesas que se publicam a seguir:

A norma de obter sempre maiores receitas do que o que se despendia foi quebrada diversas vezes no período que decorreu desde 1950, mas quase sempre por pequenas quantias. Mas em 1959 e 1960 as receitas ordinárias desceram mais do que seria de desejar em relação às despesas ordinárias. Gastou-se muito mais por força de receitas ordinárias. A diferença só pode provir das despesas extraordinárias ou de saldos de anos de exercícios findos. Adiante será visto mais pormenorizadamente este assunto. O conjunto das despesas ordinárias e extraordinárias, sempre ascendente, atingiu o seu maior valor