Embora simples conjecturas, os números que a seguir reproduzo são, a tal propósito, elucidativos, ao menos como testemunho de uma expressão tendencial no que respeita a capitações.

Consciente da missão que sobre mim recai de defender o consumidor e de atender à situação das classes mais modestas, que encontrariam num conveniente abastecimento de peixe inestimável recurso para o robustecimento das suas economias familiares, lanço um apelo para que o problema da comercialização seja encarado em autêntico plano nacional.

Creio que este é o voto mais oportuno na hora em que se festeja a grande vitória da Lei n.º 1953.

O Sr. Alberto de Meireles: - Não quero, Sr. Deputado Nunes Barata, deixar de acompanhar V. Ex.ª num comentário, não à obra das pescas, que V. Ex.ª tão cuidadosamente referiu, mas, sobretudo, ao fasto dos 25 anos da Junta Central das Casas dos Pescadores, associando-me, de todo o meu coração, às felicitações que V. Ex.ª dirigiu àquela Junta.

Quero lembrar os colaboradores do Sr. Almirante Tenreiro, aqueles que iniciaram, na referida Junta, a obra que ele continuou, entre eles o Sr. Almirante Batalha, para afirmar que não estão esquecidos, e que essa obra foi possível certamente pelo dinamismo dos oficiais da corporação da Armada, obra essa à qual se votaram de tal maneira que os resultados estão à vista de todos.

Foram os capitães dos portos, investidos nas funções de dirigentes das Casas dos Pescadores, que continuaram essa obra, enternecedora e humana sob todos os aspectos, dos Magníficos Compromissos Marítimos do litoral do Algarve, cuja fundação data do século XV, e que foram como que os iniciadores da estrutura viva da Corporação da Pesca.

Não quero deixar de referir os comandantes Adolfo Trindade, Henriques de Brito, Tavares de Almeida e o actual comodoro Laurindo dos Santos, que, em Viana do Castelo, fez uma obra notável, e poderia citar muitos outros nas outras capitanias.

E, finalmente, quero afirmar que tudo isso foi possível porque realizado em atitude leal e colaborante e porque há na Armada um espírito profundamente corporativo.

Desejo ainda lembrar os nomes dos Srs. Almirante Ortins de Bettencourt e o Almirante Américo Tomás, que, na qualidade de Ministros da Marinha, deram sempre carinhoso apoio à obra triunfal das Casas dos Pescadores e sua Junta e tanto concorreram para a obra notável que a Junta Central das Casas dos Pescadores fez nestes 25 anos.

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª está a fazer um aparte?

O Sr. Alberto de Meireles: - Pensava estar, Sr. Presidente, e vou terminar dizendo que, se a Junta Central das Casas dos Pescadores fosse uma unidade naval, poderia ostentar, justamente desde ontem, e no mastro grande, o galhardete que significa «Missão cumprida».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Presidente: - Peço ao Sr. Deputado Nunes Barata o favor de continuar.

O Orador: - Já terminei.

O Sr. Presidente: - Então não era um aparte.

O Orador: - Termino, agradecendo ao Sr. Deputado Alberto Meireles o seu aparte.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Cutileiro Ferreira: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: com as mais respeitosas homenagens a V. Ex.ª, Sr. Presidente, e a todos os Srs. Deputados, volto a usar da palavra nesta Câmara, movido pelo maior interesse em servir a causa pública.

Na certeza de que todos os mais instantes problemas, tanto de carácter nacional como regional, merecem a melhor das atenções, por parte do Governo da Nação, no sentido da sua justa solução, venho hoje falar, Sr. Presidente, de alguns problemas rodoviários do distrito de Évora. Por se tratar de um sector dependente do Ministério das Obras Públicas, devo, e porque devo gostosamente o faço, começar as minhas breves considerações por expressar o muito reconhecimento do meu distrito, que aliás é o sentimento geral da Nação, pela pessoa digna, ilustre, humana e, sobretudo, inteligente, que é o Sr. Ministro das Obras Públicas.

Não podem as minhas palavras, por pobres, dar a medida exacta do que todos devemos a S. Ex.ª, mas podem, e isso faço gostosamente, pedir o auxílio que lhe emprestam as funções em que estou investido, a projecção nacional desta Câmara, muito especialmente o apoio de todos VV. Ex.ª, para endereçar no Sr. Ministro das Obras Públicas as melhores homenagens.

Desde sempre, e em todos os países civilizados, tem sido problema premente, dominante até, o das comunicações terrestres entre os povos. Já Roma nos deixou evidentes e monumentais vestígios da forma como encarou, e resolveu, o problema rodoviário.