gados, auxiliares e efectivos, que o problema se põe; ou, então, no caso dos professores de ensino eventual, que não se deixem, entrar aqueles que são manifestamente inconvenientes à Situação e ao interesse nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

suficientemente a pensar, porque lhes não deram bases para um são critério de inteligência e de moralidade. Pouco se fez por ajudar a formação de convicções sérias para a vida e, por isso, eles pouco se importam com os verdadeiros ideais.

O Sr. Aníbal Correia: Porque não lhes deram professores!

O Orador: - Muito valor informativo? Talvez. Valor formativo? Ia a dizer que nenhum!

É isto que se nos depara na vida de todos os dias e o pior é que, deste modo, não se formam homens autênticos: inteligências válidas, corações nobres e generosos, vontades que se dominam e sabem consagrar a uma causa. E é destes homens que a Pátria, e com a Pátria a Igreja, precisa.

O Sr. Burity da Silva: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. Burity da Silva: - Sou dos que crêem que se pode continuar a acreditar na juventude.

O Orador:-Também eu, se formos de encontro a ela.

O Sr. Burity da Silva: - Os conceitos e a mentalidade da juventude portuguesa da actualidade encontram a sua causa nos mais responsáveis, e os mais responsáveis são, em primeiro lugar, a família e, depois, os professores.

É necessário que a instituição da família volte àquela linha de virtudes e de responsabilidades que deve ter para com a geração de hoje. Não são apenas os professores os responsáveis. Em primeiro lugar, é necessário que a família se integre na sua verdadeira responsabilidade, que retorne às virtudes do passado.

A responsabilidade, em primeiro lugar, impende sobre a família e, em segundo lugar, sobre o professorado.

O Orador: - A responsabilidade, para mim, é de todos nós, que não temos sabido fazer face à guerra ideológica que nos tem sido desencadeada. A família é actualmente um produto do ambiente que estamos a viver.

Torna-se urgente rever nesse sentido os programas dos estudos secundários. Se necessário, instrua-se menos e eduque-se mais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Outro ponto essencial é intensificar a formação e assistência religiosa nos nossos liceus. O tempo actualmente atribuído às aulas de Religião e Moral é muito reduzido e inferior ao previsto na maioria dos países não comunistas. Mais urgente ainda que o tempo é a necessidade de os respectivos professores estarem verdadeiramente ao serviço dos rapazes e raparigas que lhes estão entregues. Como escreve o Sr. Cardeal-Patriarca: "Para isso o professor há-de ser mais que professor, há-de ser confidente, director, conselheiro, amigo; terá de ter o seu gabinete como o médico e viver inteiramente para a escola, como uma espécie de capelão dos liceus e escolas, à semelhança de outros países".

Eu disse há pouco que em matéria de tanta acuidade, da qual, repito, depende incontestavelmente o futuro da nossa pátria e da civilização em que vivemos, a ambiguidade não tem outro nome senão o de traição. Pergunto agora: todos os chamados professores de Moral estarão de facto a devotar-se à sua missão com o entusiasmo que se impõe?

O Sr. Ubach Chaves: - E os de Português, Literatura e Filosofia?

O Sr. Quirino Mealha: - E os de História?

O Orador: - Lá chegaremos! Apelo, nesta matéria, para os nossos bispos. Por mim, julgo que não. Deveriam ser dispensados esses professores de toda e qualquer função, de modo que se pudessem devotar verdadeiramente à tarefa que lhes está confiada. Atrevo-me a dizer que isto seria até um acto de lealdade e boa correspondência para com o Estado.

É urgente que o Estado e a Igreja colaborem estreitamente neste ponto: não ignoramos a falta de clero com que a Igreja se vê a braços, mas, em nome das famílias cristãs e da juventude portuguesa, apelamos para a inteligência e para a generosidade de quem pode dominar esta guerra que nos está sendo imposta.

O ensino da História como está sendo feito por aí? E que orientações têm as aulas de Filosofia? Têm a suficiente idoneidade doutrinária todos os que ministram esse ensino?

Organizações como a da Mocidade Portuguesa correspondem às necessidades do momento? Têm o poder necessário para aliciar a gente moça?

Muitas águas desceram sobre a terra desde a data feliz em que a Mocidade Portuguesa se formou até aos tempos que estamos vivendo. E o neutralismo político e religioso, que impera em tantos sectores, não será o responsável pelo vazio de alma dos que amanhã comandarão a vida nacional?

A intenção de corrigir e acertar manifestada nos últimos anos pelo Ministério da Educação Nacional leva-nos a esperar medidas efectivas, não só para a humanização dos programas do ensino secundário - como aconteceu, segundo me dizem, nas reformas do ensino superior, subscritas pelo Prof. Leite Pinto - como