do mais alto interesse e tornam o farmacêutico num elemento da maior utilidade a um público numeroso e variado, com o qual está em contacto diário.

Nunca será de mais encarecer os cuidados e estudos aturados que se devem dedicar aos problemas da alimentação e a bem da saúde pública porque, como disse o Prof. B. Truhaut, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Paris, «a alimentação é um factor ao qual o homem se encontra fatalmente submetido do nascimento à morte».

Em reforço do meu ponto de vista, é-me grato referir o pedido enérgico que a Academia Nacional de Medicina de França fez ao seu Governo para que os depósitos de tóxicos agrícolas fossem submetidos à inspecção farmacêutica, como o suo as substâncias usadas em medicina humana ou veterinária. E, segundo li, esta pretensão foi bem atendida pelos Poderes Públicos.

Uma vez que me referi à profissão farmacêutica, gostaria de aproveitar a oportunidade para dirigir um apelo ao Sr. Ministro das Corporações e Previdência Social no sentido de que brevemente seja aprovado o projecto de estatuto que o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos enviou, há já cinco anos, aproximadamente, ao respectivo Ministério. Considero esse estatuto da maior importância, por incluir disposições que serão poderoso meio de disciplina da profissão farmacêutica, porquanto compreende matérias respeitantes às obrigações deontológicas, que todos desejaríamos ver cumpridas.

Sr. Presidente: ao apreciarmos a proposta de lei agora em discussão fico-nos a esperanço de que o diploma abra novos horizontes, de modo a permitir amplos progressos na resolução dos problemas da saúde pública.

E se é verdade que nesse aspecto existem entre nós determinados sectores onde os progressos são bem marcados, em nada inferiores às soluções encontradas noutros países, não devemos, contudo, esquecer nem negar que subsistem problemas da maior acuidade, direi até e imperiosa resolução, para os quais se impõe fi rme decisão e urgência.

Entretanto sou dos que pensam que, apesar de todas as críticas, não podemos nem devemos menosprezar nem esquecer tudo o que se tem feito em Portugal nos campos da previdência social, da saúde e da assistência, sempre envolvidos pelo condicionalismo resultante dos minguados recursos de que dispomos. For isso mesmo toma maior vulto o esforço e a dedicação com que os responsáveis que têm orientado superiormente esses sectores, alguns dos quais são actualmente ilustres Deputados, os desenvolveram nestes últimos anos.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: - Pelo que fizeram, bem merecem a gratidão de todos nós.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: - Mas esta ânsia de mais e melhor não pode deixar de irromper, do fundo do nosso coração, num grito de esperança na vitória completa da nossa política nacional, cujo fim único é o bem-estar de todos os portugueses:

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Ernesto Lacerda: - Sr. Presidente: a subida a esta tribuna, pela primeira vez na actual legislatura, concede-me a feliz oportunidade de dirigir a V. Ex.ª as minhas mais calorosas saudações.

Tive a honra inolvidável de receber as doutas lições de V. Ex.º na vetusta e para nós sempre querida Universidade de Coimbra. E, desde esses já bastante recuados tempos até hoje, não mais perdi o contacto com o meu antigo mestre, de quem tenho acompanhado toda a notabilíssima carreira pública.

As suas passagens pelo Governo marcaram épocas relevantes, quer pelo surto de realizações levadas a termo nas diversas pastas que lhe estiveram confiadas, quer pela superior orientação que soube imprimir aos assuntos sob a sua alçada. No primeiro escalão da vida administrativa do País deu V. Ex.ª provas incontestáveis de uma inteligência cintilante e esclarecida, a que a férrea vontade de mais e melhor conferiu grau de rendimento difícil de superar.

Nesta Casa, durante os últimos contrário. Mas não ficaria de bem com a consciência se me remetesse ao silêncio acomodatício, fugindo ao cumprimento dos deveres de gratidão e amizade, nobilíssimos sentimentos de que V. Ex.ª é meu muito grande credor.

Queira, por isso, Sr. Presidente, aceitar a modesta, mas plenamente sentida, homenagem de um velho admirador, que rejubila pela acertada escolha de tão ilustre vulto para a Presidência dos trabalhos desta Casa, função que V. Ex.ª recebeu aureolada de prestígio alcançado a golpes de talento e dedicação pelo seu muito digno antecessor, Exmo. Conselheiro Dr. Albino dos Reis, a quem igualmente desejo protestar os sentimentos do meu maior respeito e reconhecimento.

Na sequência desta linha de pensamento é-me também extremamente agradável esta oportunidade de expressar a todos os ilustres colegas o meu melhor e mais veemente propósito de leal colaboração, apresentando-lhes, simultaneamente, as minhas efusivas saudações

Sr. Presidente: encontra-se esta Assembleia empenhada na discussão de dois notáveis diplomas, marcos altaneiros de uma era de conquista de maiores e mais amplas benesses, símbolos da ânsia na obtenção rápida de uma perfeita e profunda justiça social, objectivo que se pretende para essência e domínio da vida portuguesa.

A interdependência dos problemas e soluções que convém encontrar justifica, de sobejo, a iniciativa da