o déspota da Guiné, e Holden Roberto, o ex-José Gilmore, animador da U. P. A., e familiar, por seu turno, de W. N'Krumah, o ditador do Ghana. Um trabalharia por couta dos soviéticos, o nutro por conta dos norte-americanos. Esta divergência é complicada, claro está, por rivalidades raciais. O M. P. L. A. recruta principalmente no Sul, em especial entre os bailundos. A U. P. A., sobretudo no Norte, entre os bacongos; o eterno conflito das tribos. Por isso, a insurreição, que já estrebuchava, transformou-se numa guerra de clãs, com fuzilamentos e enforcamentos, sem esquecer o suplício que consiste em serrar vivos os vencidos».

E Henri Benazet prossegue: «Pois bem, depois das revelações do M. P. L. A. que irão dizer os pontífices onusianos de Manhattan, tão prontos a condenar Portugal? Os dirigentes dos 97 países que ousaram censurar o Governo de Lisboa e incitá-lo a promover numerosas reformas em Angola ainda pensarão que é necessário substituir o regime de Salazar pelo de um Andrade ou de um Roberto? Assolado por combates fratricidas, o território entregue aos chefes de bando depressa cairia numa anarquia pior muda do que a do seu próximo vizinho, o Congo. Perante a derrota desta insurreição telecomandada de além-fronteiras, a O. N. U. deve, mantendo-se alheia, deixar que os portugueses acabem de estabelecer a ordem».

Depois de tudo isto, só me resta concluir: comentários para quê perante tão estranhos factos ?

Sr. Presidente, Srs. Deputados: penso que nada remediarão as plangentes recriminações e lamentações sobre os desvios dos princípios informadores da missão portuguesa no ultramar, nem tão-pouco acerca dos erros passados que se filiam na natural condição humana e em factores determinantes e imprevisíveis de cada época.

O que sei e importa encarar de frente é que temos um somatório de problemas, todos a reclamar solução urgente, todos carecidos de altos investimentos.

Sei que somas elevadíssimas houve que investir na acção de defesa de Angola, do seu património e da integridade das suas populações.

Sei que a hora é de sacrifícios e de renúncia, de compreensão, de tolerância e de magnitude no pensamento e na acção.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - À acção psicossocial do Exército constitui um nobre exemplo, que esperamos continue a colher bons frutos, traduzidos em medidas que através de obras sociais e educativas sejam o seu corolário magnífico.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Muito haverá que fazer naquela nossa província de além-mar.

Não devemos ignorar que a acção do terrorismo visava, sobretudo, destruir radicalmente todas as afinidades, até as de família, que vinculam a nossa sociedade ímpar na sua forma peculiar de relações humanas, não isentas naturalmente de lacunas que teremos de sanar com inflexível justiça social, plena e efectiva.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Precisamente como preconizou o Sr. Ministro do Ultramar, Prof. Doutor Adriano Moreira, ao principal desses deveres traduz-se em assegurar um teor de relações entre os vários grupos étnicos que possibilitem o funcionamento da nossa estrutura social, devendo todas as autoridades multiplicar os seus esforços no sentido de impedir que seja cometida uma só injustiça, ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - ... porque não pode em nenhuma circunstância pagar o justo pelo pecador.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Se temos o dever de liquidar o terrorismo na província, é nosso dever correlativo proteger as populações a quem demos o quadro nacional que não tinham e que esperam da nossa parte a protecção a que têm direito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Temos de ser intransigentes com todos quantos tentem desrespeitar os princípios fundamentais da nossa ética de povo missionário».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Ë com o Sr. Presidente do Conselho, Prof. Doutor Oliveira Salazar, um dos maiores estadistas deste século, a cuja acção a Pátria deve o seu ressurgimento do caos a que o lançara a demagogia tumultuaria, ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - ... a desordem nas ruas e o descrédito interno e externo, e Angola, muito particularmente, as providenciais medidas que detiveram as chacinas de pretos e brancos e mestiços que o terrorismo ali implantara na sua inicial e feroz investida, podemos afirmar sem rebuço:

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - a Parece inútil discutir se é possível uma sociedade plurirracial, pois que existe e nada demonstra mais cabalmente a possibilidade do que ser. Mas serão de discutir as formas de coexistência? Teoricamente, sim, mas como se trata já de factos e de situações esta-