Constituída uma ou mais cooperativas dos agricultores interessados, a que não devessem faltar secções de maquinaria agrícola providas do material indispensável e apto a cumprir as solicitações de uma técnica agrícola evoluída;

e) Construídos, na dependência dessas cooperativas, grandes silos e armazéns nos locais mais aconselháveis; e

f) Melhorada e aumentada a produção e comercializados os respectivos produtos e subprodutos, com a adopção de técnicas adequadas e a aquisição de unidades de transporte em número adaptado às exigências da exploração agrícola,

só restaria solicitar do Governo que não ignorasse a magnífica obra realizada, e antes garantisse a sua frutuosa continuidade com a justíssima escolha da região de Chaves para nela ser instalada a indústria de desidratados da Sper.

Ora, a solução não pode ser diferente pelo facto de a veiga de Chaves não estar ainda emparcelada, nem toda afecta à cultura de produtos hortícolas, nem dotada de outros melhoramentos fundiários além da obra de rega, nem de dispor de uma vasta e eficiente organização cooperativa.

Pelo contrário: desde que existe a certeza de que a instalação da referida unidade industrial há-de facilitar o rápido surgir dos extraordinários benefícios apontados, o Governo parece ficar colocado na obrigação, maior ainda, de atender de pronto o ingente e aflitivo pedido que, por meu intermédio, lhe dirigem todos os abnegados e sempre lealíssimos agricultores da região de Chaves, que de há muitos anos a esta parte vêm sendo pertinazmente batidos pela adversidade, mas sem que algum dia lhes tenha esmorecido a esperança de ver atendidas as suas justas aspirações pelos homens com a responsabilidade do mando.

Junto, desta forma, e animado de vivo entusiasmo, os meus esforços aos já realizados, paralelamente, pelo Exmo. Sr. Governador Civil do Distrito de Vila Real, Sr. Dr. Manuel dos Santos Carvalho, a quem presto daqui as mais rendidas homenagens pelo elevado sentido de oportunidade, adequação, firmeza e justiça que vem imprimindo, inteligentemente, à governação do seu distrito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: -O Governo tem agora ocasião, talvez a única realmente séria que se lhe proporcionou no decurso dos últimos 30 anos, de demonstrar a um vasto

sector da população do distrito de Tila Real, e mais concretamente às populações dos concelhos de Chaves e limítrofes, que a má sorte que as tem perseguido nas coisas agrícolas, e consequentemente nas coisas comerciais, financeiras económicas, sociais etc.-, sempre foi motivo de fortes preocupações para os dirigentes da E evolução Nacional, que, por isso mesmo, não podem ficar agora insensíveis à pretensão formulada, nem deixar de realizar a justiça que representa o seu deferimento sem reservas, já que esse acto consubstanciará a solução óptima, de há tanto ansiosamente aguardada, para os crónicos, difíceis e até a data insolúveis problemas de ordem económica, social e agrária que atormentam, asfixiam e esmagam uma das mais belas, mas também uma das mais duramente experimentadas, regiões do País: a região de Chaves.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se a

O Sr. Presidente: - Continuam em discussão na generalidade as propostas de lei relativas à reforma da previdência social e ao Estatuto da Saúde e Assistência, que constituem a primeira parte da ordem do dia.

Tem a palavra a Sr. Deputada D. Maria Irene Leite da Costa.

A Sr.ª D. Maria Irene Leite da Costa: - Sr. Presidente: ao subir pela primeira vez, durante a presente legislatura, a esta tribuna quero que as minhas palavras sejam, antes de tudo, de saudação para V. Exa.

Se nos quatro anos de convívio e de participação conjunta nos trabalhos da Assembleia, na legislatura anterior, me foi possível apreciar em V. Exa., mais do que o leader, o parlamentar experimentado sempre pronto a guiar e orientar os passos hesitantes de quem, como eu, chegava pela primeira vez, hoje, na alta posição que V. Exa. ocupa nesta Câmara, não posso deixar de manifestar-lhe a minha admiração pela maneira elevada, digna e prestigiosa como tem sabido conduzir os trabalhos parlamentares.

Sr. Presidente: o Estatuto da Saúde e Assistência, em discussão, constitui diploma de alta importância para a Nação. Tem por isso de ser analisado com pormenor, ponderadas com escrupulosa minúcia as bases a que hão-de obedecer as actividades referentes a este largo sector da vida nacional.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

A Oradora: - E uma discussão para especialistas, que abrange aspectos os mais diversos da técnica, da ciência, da sociologia, da administração, etc.

Por isso, o estudo e a resolução dos referidos problemas exigem hoje a colaboração de entidades as mais diversas, um trabalho de conjunto que vai até aos próprios fundamentos da organização social.

Dentro desta doutrina, sinto-me à vontade ao trazer o meu contributo para a discussão do diploma citado, ocupando-me de alguns aspectos que melhor conheço dentro do sector assistencial.