aos perseverantes esforços e aos assinalados méritos que concorrem no sen corpo directivo e no seu corpo docente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: para aqueles de entre nós que não estejam tão de perto familiarizados com estes problemas do ensino e difusão da boa música permita-se-me que lance uma vista panorâmica sobre as escolas de música existentes em Portugal para, em seguida, me deter um pouco mais demoradamente, como se impõe e é meu objectivo - ia mesmo a dizer meu dever -, sobre as escolas de música actualmente existentes no distrito de Aveiro, por cujo círculo tive a honra de ser eleito e ao qual me prendem todos os laços a começar pelos do nascimento.

Sr. Presidente: até 1955 o ensino musical no nosso país encontrava-se confinado aos três principais centros de cultura do continente - Lisboa, Porto e Coimbra, e, nas ilhas, à Madeira. Em Lisboa, além do Conservatório Nacional, havia a Academia dos Amadores de Música; no Porto, o Conservatório Municipal; em Coimbra, o Instituto de Música; na Madeira, a Academia de Música - estas duas últimas escolas, assim como a Academia, dos Amadores de Música, de iniciativa particular.

A este ponto se limitava a actividade do ensino musical em escolas de música no País.

Entretanto, mercê da iniciativa, das qualidades de acção e dos méritos artísticos que concorrem numa senhora cujo nome tenho a maior honra de aqui citar, enaltecer e glorificar - D. Gilberta Gouveia Xavier de Paiva -, fundava-se em Vila da Feira, sob a sua proficiente direcção, a Academia de Música de Santa Maria, cujos estatutos, por essa senhora elaborados e superiormente aprovados, haviam de constituir norma e modelo de outras academias e escolas que, entretanto, sob a inspiração, exemplo e prestígio da Academia da Feira, se foram fundando noutras terras do País.

Fundada no imo de 1955, a Academia de Santa Maria, de Vila da Feira, iniciou as suas actividades docentes nesse ano lectivo - 1955-1956; mas logo foi oficializada, no ano seguinte, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 40825, de 25 de Outubro desse ano de 1956, que tornou extensivos a outros institutos o que já fora decretado em 1935 e em 1949, respectivamente, para o Instituto de Música de Coimbra e para a Academia de Música da Madeira, ou seja o poderem os seus alunos realizar os exames de todas as disciplinas da secção de música do Conservatório Nacional, com excepção dos cursos superiores, nos próprios estabelecimentos onde o ensino é ministrado, e com equivalência legal desses exames aos realizados no próprio Conservatório Nacional.

Deste modo e ao abrigo desse decreto, foi assim oficializada a Academia de Música de Santa Maria, uma das suas primeiras grandes vitórias, aliás merecida e perfeitamente justa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Só essa conquista prova e demonstra que se tratava de uma iniciativa séria, lançada sobre bases sólidas e com perspectivas seguras e promissoras.

As realidades não desmereceram das expectativas.

Com efeito, Sr. Presidente, os mapas e os resumos que a seguir vou descrever dão-nos bem a nota e a prova da importância do estabelecimento de ensino musical a que me estou reportando, uma das instituições que mais honram e prestigiam o meu concelho.

Assim, a frequência (por anos lectivos e alunos), foi a seguinte: 1955-1956, 31; 1956-1957, 38; 1957-1958, 43; 1958-1959, 56; 1959-1960, 53; 1960-1961, 67, e 1961-1962, 61.

As disciplinas ministradas na Academia são as seguintes: Iniciação Musical, Solfejo Elementar, Solfejo, Solfejo Complementar, Português, Francês, Italiano, História e Geografia, Acústica e História da Música, Composição, Piano, Violino, Violoncelo, Canto, Canto Coral e Conjunto Instrumental.

O resultado de exames (por anos, números de provas, disciplinas e classificações), foi como segue:

Ano de 1956-1957 (sete provas de exame):

Ano de 1957-1958 (oito provas de exame):

Ano de 1959-1960 (quinze provas de exame):

Nota. - No 3.º ano do Curso Geral de Composição e no espaço de vinte anos (à data deste exame) foi a segunda classificação de 18 valores que; o Conservatório Nacional atribuiu no respectivo exame. A primeira classificação do 18 valores foi atribuída a um aluno do Conservatório Nacional.

Ano de 1960-1961 (trinta e uma provas de exame):