No primeiro ano de funcionamento os exames efectuaram-se no Conservatório Nacional. Nos anos seguintes os exames realizaram-se na sede da Academia, em virtude da sua oficialização.

O corpo docente da Academia compõe-se de dez professores, assim distribuídos: uma professora de Piano e Composição; uma professora de Piano e História da Música; uma professora de Piano e Solfejo; uma professora de Canto, Canto Coral, Iniciação Musical e Italiano; uma professora de Solfejo Elementar e Solfejo; um professor de Violino e Conjunto Instrumental; um professor de Violoncelo; um professor de Português, e duas professoras de Francês.

Estes mapas e números são a prova e a. demonstração cabal do nível cultural e artístico da instituição de que me estou ocupando e da capacidade e eficiência, grau de cultura e méritos que concorrem no seu corpo docente e discente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Uma instituição assim fundada e dando tão acabadas provas da sua capacidade e da sua eficiência havia de constituir, como tem constituído, ponto de convergência e das atenções dos cultores da boa música e do seu ensino e difusão; e havia de projectar-se a sua acção e o prestígio do seu magistério, como tem projectado, para outras localidades, pelo imperativo do seu estímulo, pela autoridade do seu exemplo, pelas evidências dos seus resultados, de modo a servir de modelo e paradigma para a fundação de outras escolas do mesmo género que se vêm disseminando pelo País além.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: segundo os elementos que me foram fornecidos pela Inspecção Superior do Ensino Particular e a que me referi no início desta minha intervenção, existiam no continente e nas ilhas, à data da publicação do Decreto-Lei n.º 40 820, de 25 de Outubro de 1956, a que já me referi também, à parte os dois Conservatórios de Lisboa e do Porto, apenas as três escolas de música já citadas, acrescidas já então da Academia da Feira.

A estes estabelecimentos - e todos eles, com excepção dos Conservatórios, de iniciativa inteiramente particular se bem que três deles oficializados - se limitava toda a nossa actividade docente do ensino da música em termos e normas de carácter escolar.

Pois bem: actualmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, além daqueles estabelecimentos existem no País mais as seguintes escolas de música, embora não oficializadas ainda: Conservatório Regional de Aveiro, Conservatório Regional de Braga, Conservatório Regional de Évora (prestes a iniciar as suas actividades), Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, de Setúbal, Academia de Música de Espinho, Escola de Música Parnaso, do Porto, Academia de Música de Ponta Delgada, Academia de Música da Covilhã e, no ultramar, a Academia de Música de Luanda e ainda a Academia de Música de Goa.

Espero, nesta citação, não ter esquecido nenhuma das escolas de música actualmente existentes no País; mas, mesmo que haja omitido involuntariamente alguma, o número das que citei é bastante denso e expressivo para nos fazer lembrar e nos fazer crer que se desenha no nosso meio cultural e artístico, nomeadamente no domínio da boa música e do belo-canto, um movimento assaz expressivo e significativo, verdadeiro renascimento do ensino musical do nosso país, e que tal movimento, partindo quase sempre e só da iniciativa particular, e para ser justo e realista muito do incentivo e do exemplo da Academia de Música da Feira e do inegável prestígio da sua directora, não pode jamais nem deverá jamais ser indiferente ou passar despercebido a todos quantos na condução dos destinos de Portugal e particularmente na educação da juventude tenham obrigações e responsabilidades.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: como se acaba de mostrar, conta hoje o meu distrito com nada menos de três escolas de música de alto nível, de que a da Vila da Feira foi a primeira, e sem dúvida a grande inspiradora e modeladora das demais.

Tendo já falado destas, permita-se-me que agora apresente alguns números referentes às outras duas escolas, que igualmente muito honram a cultura artística no meu distrito: o Conservatório Regional de Aveiro e a Academia de Música de Espinho.

O Conservatório Regional de Aveiro, de que foi directora no primeiro ano da sua actividade docente aquela mesma ilustre senhora que fundou a Academia de Música de Santa Maria, de Vila da Feira, foi inaugurado em 8 de Outubro de 1960 (alvará n.º 1613 de l5 de Novembro de 1960).

O seu corpo docente é formado por seis professores.

A sua frequência nos dois anos lectivos da sua vida docente expressa-se pelos números insertos no seguinte mapa:

Nota. - No Conservatório funciona no corrente ano um curso de Francês, de cerca de 250 alunos, regido por 2 professoras do Instituto Francês do Porto e distribuídos por 4 anos do curso.

Embora com pouco mais do que um ano de vida, mesmo assim, já se obtiveram no último ano lectivo, em exames oficiais, os resultados constantes do seguinte mapa: