Noa centros de extensão agrícola familiar procura-se a promoção da pessoa humana a um nível de civilização mais elevado, em que os direitos essenciais encontrem resposta adequada; procura-se modificar a maneira de pensar, rasgando-lhe novos horizontes, torná-la mais racional; enfim, elevar o nível de cultura geral da população rural, porque assim as novas técnicas agrícolas ou caseiras - terão aceitação.

Sr. Presidente: sendo a obra de bem-estar rural de um alto interesse para o progresso económico-social dos nossos rurais, deverá procurar-se que os centros de extensão agrícola familiar tenham uma larga difusão em todo o País, tornando-se, para tal, urgente que o Governo se decida a planear e organizar os programas de bem-estar rural sobre uma base nacional, coordenando as actividades dos Ministérios que de qualquer modo possam interferir na resolução de problemas suscitados na realização da obra.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

dente: para que rapidamente se consiga contribuir para o bem-estar rural das nossas populações, é indispensável que se proceda com urgência à coordenação de todos os organismos e entidades públicas e particulares interessados naquele objectivo, de modo que se crie e generalize o mais possível o espírito de cooperação entre todos os membros da população rural dentro das respectivas regiões.

Todos juntos, unindo as suas forças físicas, espirituais e monetárias, poderão realizar em pouco tempo uma obra de engrandecimento e renovação dos suas terras, das suas casas e do seu país, que nunca, talvez, poderá vir a realizar-se se teimarem em se conservar fechados num individualismo egoísta e nocivo.

Sr. Presidente: ao entrar no edifício da estação de caminho de ferro de Viseu, quando na segunda-feira regressava a Lisboa, sou agradavelmente surpreendido com tudo o que ali se passava: o edifício está sofrendo reparações, arranjos e alindamentos, que tudo indica ficar ao nível em que está situada a formosa e cativante cidade de Viriato.

Mas, Sr. Presidente, a mesma sensação de agrado e progresso já não se sente quando se ocupa a carruagem que nos deverá transportar ao destino, quer através da Linha do vale do Dão, quer através da linha do vale do Vouga.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Com efeito, as carruagens que ali são utilizadas para o transporte de passageiros não possuem as mínimas condições de comodidade, conforto e

até de higiene, pois as faúlhas que resultam da fornalha da máquina vêm cair, calma e ironicamente, nos ombros e na cabeça do passageiro, convidando-o ao desespero e ao mau humor contra os serviços de caminho de ferro.

Vozes: - Muito bem l

O Orador: - E que pena, Sr. Presidente, que as famosas regiões do Vouga e do Dão, que oferecem ao passageiro um cenário de maravilha, turísticas por excelência, não sejam devidamente apreciadas e gozadas por aqueles que viajam quer na linha do Vouga, quer na linha do Dão, pois as condições das suas carruagens só ao mau humor convidam.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Já que os homens responsáveis da época não quiseram dotar Viseu de uma via larga e contínua - a que tinha pleno direito -, isso não justifica que, dentro das suas dimensões, ela não ofereça aos passageiros que a utilizam a comodidade, conforto e higiene a que têm direito.

Mas, além de tudo mais, Viseu é uma cidade cheia de sabor histórico, turística em alto grau, atraente e bela, servida com uma rede de estradas maravilhosa, não lhe faltando os transportes colectivos dentro do seu perímetro.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: por tudo isto Viseu e toda a região1 de Lafões e do Dão esperam - e com justiça- que os respectivos serviços do caminho de ferro sejam melhorados. E não se pede muito, Sr. Presidente: somente que nas linhas do Dão e do vale do Vouga sejam substituídos as actuais automotoras e alguns comboios por outras automotoras que ofereçam ao passageiro um mínimo de conforto e comodidade. Nesse sentido dirijo um apelo a S. Exa. o Ministro das Comunicações, na esperança de que desta vez Viseu não deixará de ser atendida, o que de justiça há muito vem solicitando.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Quero, entretanto, informar os Sr. Deputados de que amanhã haverá duas sessões, uma de manhã e outra de tarde. A chamada da sessão da manhã iniciar-se-á as 11 horas precisas.

A primeira parte da ordem do dia é constituída pela discussão da Conta Geral do Estado, das contas das províncias ultramarinas e das contas da Junta do Crédito Público.

Tem a palavra o Sr. Deputado André Navarro.

O Sr. André Navarro: - Sr. Presidente: o ano de 1960 correu sob o signo da guerra fria, que começou a atingir, mais tarde, gravemente, o património português do ultramar.