tanto mais que o Mercado Único Português considera as regiões em tal situação como as primeiras a merecer a atenção das actividades de fomento.

Por outro lado, perfilhando o conceito de um dos nossos conceituados mestres da agronomia portuguesa, o Prof. António Câmara, que já foi categorizado membro desta Assembleia, que «a técnica, agronómica é principalmente uma técnica local, só pode considerar os problemas locais quando os estuda localmente, quando os vive na localidade e quando dispõe no local e para o local das ferramentas essenciais de trabalho», que se ajusta plenamente à fruticultura, torna-se evidente que o fomento deste ramo agrícola no Alto Alentejo deverá dispor de um núcleo de trabalho em condições similares às que se encontram previstas, o muito acertadamente, para outras regiões do País possuídas de interesse frutícola.

Em resumo, as precárias condições em que se arrasta a agricultura do distrito de Portalegre, a convicção de que teremos de nos enquad rar nas directrizes do planeamento regional, no qual se depreendem condições favoráveis do meio físico para as plantas frutícolas tal como é indicado pelas boas condições de vegetação de numerosas espécies susceptíveis de ocuparem extensas áreas, que o citado posto de fruticultura, ainda que limitado a uma determinação na folha oficial, traduz um princípio de aceitação desse valor, são motivos mais do que suficientes para apelar pura a Secretaria de Estado da Agricultura no sentido de, tão urgentemente quanto possível, dedicar a sua atenção a esta região, em que a parte norte se lastima de absentismo dos serviços oficiais neste tão importante ramo da exploração da terra.

Seria injusto se neste momento não manifestasse o nosso agradecimento à Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas pelo interesse e evidentes benefícios obtidos com a eficiente actuação da Campanha de Defesa dos Soutos atacados pelo «mal da tinta», muito contribuindo para a salvação de mil hares de castanheiros.

Não se pretende deste modo uma situação de favor, mas, convictos como estamos de possuir interesse frutícola, é de elementar justiça um esclarecimento sobre a sua real posição e méritos, e se os possuir em escala, valiosa como cremos, que venha a dispor de um núcleo de trabalho a funcionar integrado nos moldes com que com tanto êxito vem actuando no Oeste português. Desejamos uma legítima valorização para que o acréscimo das nossas, possibilidades venha também a contribuir para a elevação geral das condições de vida da Nação.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Joaquim de Jesus Santos: - Sr. Presidente: não é apenas para cumprir uma regra meramente protocolar, mas sim para dar satisfação a um indeclinável imperativo de justiça, que o meu espírito reclama, que apresento a V. Ex.ª os protestos das minhas mais rendidas homenagens e cumprimento em V. Ex.ª, com o maior apreço, um dos mais notáveis filhos de Portugal.

Avesso por educação ao elogio fácil e contrário por temperamento à lisonja mais ou menos oportuna, não podia, no entanto, deixar de salientai nesta alta Assembleia que o Prof. Mário de Figueiredo, mercê de uma fulgurante carreira pública e de uma vida particular sem mancha, é justamente um dos mais expressivos valores do património moral da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Aceite, pois, Sr. Presidente, as saudações respeitosas e as homenagens agradecidas do mais modesto Deputado desta Câmara ...

Vozes: - Não apoiado!

O Orador: - ... e das gentes de Angola, a província heróica e mártir que aqui tenho a suprema honra de representar.

A VV. Ex.ªs, Srs. Deputados, dignos e legítimos representantes de todas as populações deste Portugal singular na multiplicidade dos seus povos e na pluricontinentalidade da sua expressão geográfica, afirmo a fraterna amizade e a incondicional solidariedade da portuguesíssima população de Angola.

Sr. Presidente: filho de um desses ignorados e generosos colonos que construíram a magnífica realidade humana que é hoje a grande província portuguesa da África Ocidental, sou estrutural e sentimentalmente um homem de Angola.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - E porque o sou sinto mi minha carne e no meu sangue os seus problemas, as suas dificuldades, as suas dores e as suas alegrias, os seus anseios, as suas esperanças e as suas desilusões.

Vivi efectivamente com ela os dias dolorosamente trágicos de um terrorismo que nos foi desencadeado de fora.

Chorei com ela os homens, as mulheres e as crianças imolados e sacrificados por um barbarismo tão selvagem que todos julgávamos impossível neste século incoerentemente chamado das luzes e numa altura em que nesse incrível areópago das Nações Unidas que seria ridículo se não fora trágico - se falava de paz e de felicidade para todos os povos.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sempre acreditei, com efeito, que em Angola era e é possível, adentro dos grandes princípios da política ultramarina portuguesa, criar uma socie-