A secção dos infecto-contagiosos dispõe de 6 camas, mas normalmente tem 15 doentes.

E excesso de doentes relativamente à capacidade e cubagem do hospital se verifica também nos serviços gerais de medicina e de cirurgia.

O último acto eleitoral fez reviver o problema hospitalar na Madeira. Prometi que dele me ocuparia nesta Assembleia e quero fazê-lo logo no início da presente legislatura, precisamente quando o Estado lança as bases do seu plano geral de receitas e despesas para o próximo ano económico.

Ao interpretar este anseio unânime do povo da Madeira no mais alto órgão da Representação Nacional faço-o confiadamente, esperando que em breve se iniciem as obras do futuro hospital do Funchal, por forma a assegurar a solução efectiva de um problema que está no pensamento e no coração de todos os madeirenses.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Virgílio Cruz: - Sr. Presidente: as minhas primeiras palavras neste início de legislatura são para apresentar os meus cumprimentos muito respeitosos a V. Ex.ª e a esta ilustre Assembleia a que tenho a honra de pertencer.

A V. Ex.ª, Sr. Presidente, presto as minhas melhores homenagens. O excepcional tacto político de V. Ex.ª e um passado cheio de altos serviços prestados à Nação, além de terem conquistado o apreço, o respeito e a estima dos seus pares, são a garantia de que a Assembleia Nacional continuará, com elevação e prestígio, à altura das suas responsabilidades.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Ao Exmo. Sr. Conselheiro Albino dos Heis, presidente ilustre da Assembleia Nacional nas anteriores legislaturas e coração cheio de bondade, manifesto o meu melhor agradecimento pelo aprumo com que sempre orientou os nossos trabalhos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A todos os Srs. Deputados, que aqui representam o País, saúdo cordialmente e ofereço a minha franca e dedicada colaboração em prol do bem comum.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: durante o interregno parlamentar inaugurou-se oficialmente em Miranda do Douro o segundo dos prováveis 26 aproveitamentos hidroeléctricos, grandes e médios, que poderão ser construídos para Portugal na bacia hidrográfica do Douro.

A este acontecimento de muita importância para o progresso da Nação presidiu o venerando Chefe do Estado e a ele assistiram o Sr. Bispo de Bragança e Miranda, membros do Governo, autoridades de Espanha e representantes das nossas forças vivas.

Grandes manifestações de simpatia e carinho das populações transmontanas rodearam o Chefe do Estado, manifestações em que o escol e o povo se misturaram para lhe testemunhar com entusiasmo não só a sua lealdade e respeito, mas ainda as esperanças e a sua fé na solução próxima dos problemas mais prementes que preocupam os transmontanos, soluções que abrirão benéficas perspectivas para o futuro da região e dos seus laboriosos filhos.

Já na viagem para Miranda e nas paragens do comboio presidencial várias manifestações homenagearam o Sr. Almirante Américo Tomás. Delas quero salientar, por terem sido dentro da região transmontana e pela sua riqueza de expressão, as da Régua, do Pinhão e do Tua, onde S. Ex.ª se viu envolvido pelo carinho da gente transmontana, que o recebeu de coração nas mãos, aquele larguíssimo coração transmontano que alberga toda a larga gama de bons e generosos sentimentos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - S. Exa., com a sua irradiante simpatia e aquela natural bondade que lhe é habitual, a todos cativou. Aos grandes e ao povo humilde e simples da minha região conquistou a confiança, a veneração e o carinho.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: o período de austeridade em que vivemos por causa dos acontecimentos do ultramar fez com que o programa desta inauguração fosse intencionalmente sóbrio. Deu-se ao acto a maior simplicidade, mas não se quiz perder a oportunidade de o realizar, porque no momento grave em que a nossa soberania é alvo de ataque e os portugueses morrem heroicamente em Angola na defesa daquele pedaço da nossa querida Pátria - na defesa daquele território que é tão português como aquele que pisamos dentro deste hemiciclo -, nesta conjuntura grave, têm todo o cabimento actos de fé como o daquela inauguração.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Eles mostram que a Nação, a par e para além do esforço de defesa numa batalha que nos foi imposta do exterior, prossegue no caminho do trabalho sério e na marcha firme que visa ao progresso da produção e ao aumento do bem-estar de todos os portugueses.

A delegação oficial espanhola que veio assistir à inauguração deste novo escalão do Douro fronteiriço foi acolhida com viva simpatia e amizade, porque os portugueses não esquecem que, quando somos alvo de ataques ilegais da O. N. U. e enquanto os aliados e amigos se abstêm nas votações ou chegam mesmo a votar contra nós, a nobre e fidalga Espanha não nos tem faltado com a sua solidariedade e a camaradagem de soldados da mesma cruzada.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A Espanha, com a sua experiência secular, bem vê que as províncias ultramarinas portuguesas são as sentinelas do Ocidente, e Angola é mais um capítulo da luta que se trava entre o Leste e o mundo ocidental, e bem sabe que ontem como hoje os portugueses continuam a ser os mesmos que ao seu lado e em horas amargas combateram no Salado ou morreram como «Viriatos» em defesa da civilização cristã.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: com os aproveitamentos do Picote e Miranda em exploração, o Douro desempenha já um papel muito relevante na economia eléctrica portuguesa. Este ano, e até ao fim