está decidida a colaborar, com todo o seu esforço, para a manutenção da paz e defesa dos valores morais que alguns homens pretendem destruir.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - Vemo-las unidas no Movimento Nacional Feminino, na Cruz Vermelha e noutras agremiações, ocupando horas e horas a favor do soldado e das populações sacrificadas de Angola. Vemo-las abandonando o conforto do lar, o carinho da família, partir para regiões desconhecidas e ambientes estranhos, como enfermeiras e assistentes sociais, corajosamente dispostas a minorar o sofrimento alheio. Vimo-las já em Angola acompanhando os maridos em regiões inóspitas onde a luta era mais acesa, pegando mesmo em armas algumas vezes, em defesa das suas famílias barbaramente atacadas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - Vemo-las agora na Índia abandonar os lares desveladamente criados, os maridos e filhos estremecidos, para, num supremo sacrifício, permitir que mais livremente seja defendido aquele pedaço de terra portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - A hora é grave e de sacrifício. Contudo, tenho esperança e fé em Deus que a Nação Portuguesa, pela força conjunta de todos os seus membros, nesta variedade de raças que vivem lado a lado, numa coexistência pacífica que causa inveja a muitos povos, há-de sobreviver e continuar a sua nobre missão cristã e civilizadora no Mundo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - As mulheres portuguesas estão indignadas e ansiosas, mas confiantes no Governo da Nação, que tem sabido sempre manter a paz e a união numa comunidade de raças diferentes, espalhada pelos mais diversos lugares do Mundo, mas que vive e quer continuar a viver sob uma única bandeira, a da Pátria Portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oradora foi muito cumprimentada.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Interrompo a sessão por uns minutos, para a elaboração das listas para a eleição das Comissões de Política e Administração Geral e Local e de Obras Públicas e Comunicações, que constitui a primeira parte da ordem do dia.

Eram 17 horas e 15 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 17 horas e 20 minutos.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à chamada.

Fez-se a chamada.

O Sr. Presidente: - Convido para escrutinadores os Srs. Deputados

Alberto Maria Ribeiro de Meireles,

Carlos Alves,

José Pinheiro da Silva e

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Procedeu-se ao escrutínio.

O Sr. Presidente: - O resultado das eleições foi o seguinte: para a Comissão de Política e Administração Geral e Local entraram na urna 97 listas, tendo obtido 97 votos os Srs. Deputados

António Maria Santos da Cunha,

António Marques Fernandes,

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras,

Augusto Duarte Henriques Simões,

Belchior Cardoso da Costa,

Elísio de Oliveira Alves Pimenta,

Francisco António da Silva,

Francisco de Sales Mascarenhas Loureiro,

Jacinto da Silva Medina,

Jorge de Melo Gamboa de Vasconcelos,

José Guilherme de Melo e Castro e

José Mendes Pires da Costa,

e 96 votos o Sr. Deputado

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso;

para a Comissão de Obras Públicas e Comunicações entraram na urna 88 listas, tendo obtido 88 votos os Srs. Deputados

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Frazão,

Alberto dos Reis Faria,

António Magro Borges de Araújo,

Armando Francisco Coelho Sampaio,

Artur Augusto de Oliveira Pimentel,

Augusto César Cerqueira Gomes,

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa,

Manuel Nunes Fernandes,

Manuel Seabra Carqueijeiro,

Virgílio David Pereira e Cruz e

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó,

e 84 votos o Sr. Deputado

Vítor Manuel Dias Barros.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à segunda parte da ordem do dia: discussão, na generalidade, da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1962.

Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Engrácia Carrilho.

O Sr. Manuel Engrácia Carrilho: - Sr. Presidente: sendo a primeira vez que ocupo esta tribuna, apresento a V. Ex.ª os meus respeitosos e afectuosos cumprimentos, congratulando-me com a eleição de V. Ex.ª para a direcção dos nossos trabalhos.

V. Ex.ª ascendeu aos mais altos postos da vida profissional, social e política da Nação mercê do seu esforço e da sua inteligência.

Desde muito novo que a sua fulgurante inteligência marcou indelevelmente um lugar de relevo na juventude de Viseu, onde deixou uma notável série de artigos no jornal local.

Em Coimbra V. Ex.ª foi o estudante distinto, o mestre notável, o director da Faculdade impoluto, o conferente erudito, tanto no aspecto doutrinário como no cultural.

Na vida política V. Ex.ª tem sido o estadista vigoroso, sabedor e honesto, em tudo demonstrando os seus notáveis méritos.

Ministro da Justiça e da Educação Nacional, membro do Conselho Político Nacional, representante de Portugal em difíceis e delicadas missões, reeleito em todas as legislaturas da Assembleia Nacional, sendo seu leader durante largos anos, tudo V. Ex.ª marcou com o selo da sabedoria e forte personalidade.

Finalmente, eleito presidente da Assembleia Nacional com aplauso unânime dos seus pares e de todo o País.