dação completa, mas acaba de pôr a Câmara Corporativa em cheque e torna árduo e intrincado e estudo dos problemas nas comissões, que misturam as obras de trabalho e audiência.

A prática inglesa, mais dirigida à síntese do que à análise, merece ser referida, por conter a expressão de um trabalho parlamentar secular.

É distribuída uma brochura branca, eliminada Economic Surrey, de algumas páginas, onde se contém os dados essenciais da situação económica e financeira. Acompanha-a outro livrinho relativo a números orçamentais.

O chanceler do Tesouro produz um spcerh nos Comuns, onde define as grandes linhas de apoio às suas propostas inovadoras.

Claro que o método inglês parece apropriado às praxes estabelecidas nas Câmaras inglesas, onde o número de lordes e comuns se conta por centenas.

Mas o que este ano aconteceu com o atraso do parecer da Câmara Corporativa, distribuído quando o primeiro orador começou o debate, não deve voltar a repetir-se.

A vida política também ganha com as simplificações necessárias, e o parecer não pode ser objecto de estudo de uma comissão em horas que são já as da tribuna.

Nos últimos tempos posaram sobre a situação e, mais ainda, sobre as perspectivas económicas alguns factores contrários até mas unidos nos consequências, que imporia destacar:

1.º Três anos de más colheitas no Sul e dois anos no Norte que as produções de azeite e arroz não lograram recompor.

2.º Uma expansão imoderada do crédito comercial, acompanhada de vendas a prestações e de remessas à consignação e de corrida às importações.

3.º Uma contracção de negócios provocada pela pressão de novos tributos.

Examinarei, por ordem, alguns destes pontos.

Os ilustres Deputados que me precederam deram utilíssimo balanço ao estado em que se encontram as coisas agrícolas, mercê da adversidade do clima, da degradação dos sol da impropriedade, de algumas culturas e de técnicas nem sempre felizes e actualizadas.

Não é desdoiro para ninguém se aderir especialmente, da minha parte, às incisivas e convincentes conclusões firmadas pelo ilustre Prof. Vitória Pires, que me precedeu na tribuna.

A agricultura permanece a irmã pobre, junto de um comércio que se multiplica, de uma indústria que se eleva fulgurantemente e que contribui mais. que qualquer outra para a formação do rendimento nacional, de uma banca ascensional e de um transporte e seguro que, de hora a hora, melhoram técnica e economicamente.

O Estado tem realizado uma obra enorme e o Ministério das Finanças tem sido o seu pilar na assistência à lavoura.

Parte do vigor corporativo e da resistência à crise deve-se por igual a Caixa Geral de Depósitos.

Créditos especiais, financiamentos de benfeitorias, são instalação de formidáveis adegas, celeiros e lagares cooperativos que como no fado os cooperativistas ignoram -, moratórias como as do Decreto n.º 43 831, subsídios, facilidades para adubações; mas tem chegado para valer à irmã pobre.

Os encargos sociais, tributários, camarários e do toda a ordem estão na base dos anos regulares.

E os anos regulares tornaram-se raros.

Um ano mau, um ano de esterilidade, abala profundamente a economia da empresa - é uma tragédia e dá a impressão de que os encargos divisíveis por impostos e taxas excedem a capacidade. Não entro nesta averiguação.

Convém em todo o caso destacar aqui dois pontos.

O primeiro é a convicção que se formou na alta burocracia de que a lavoura não constitui reservas, sem saber que os resultados das colheitas maciças servem usualmente para tapar as brechas dos anos de produção deficiente.

O outro é o mau funcionamento da parte da. assistência técnica, que agora não examino, mas que em países próximos do nosso trabalham com maior intimidade e proficiência.

A contribuição dos organismos de crédito ao produto nacional reveste, a preços constantes, cifras descomunais:

Contos

Entretanto, as suas clientes genéricas aumentavam apenas moderadamente a capacidade económica e o potencial dos negócios.

A agricultura e as florestas passavam de:

Contos

1948 ................ 10 291 000

As indústrias, a despeito da sua brilhante evolução, ficavam-se em:

Também os transportes cresciam no seu contributo para o produto nacional de:

Contos

Do comércio menos se pode dizer, por não ser pròpriamente contribuinte do produto e porque as estatísticas o dividem e enquadram em outras rubricas.

Este sim, é cliente avultado dos auxílios e ajudas, que são função da banca ao permitir mobilizar os recursos futuros.

O público em geral também empresta à rede das instituições bancárias através dos depósitos, e daí vem o prolóquio de que quem não tem depósitos não empresta, e quem os tem pode exercer a função correspondente de dispensar crédito.

Em nove anos o desconto de efeitos comerciais deu um extraordinário salto; passou de:

Contos